XX CNA: Pandemia resultou na «preferência por compras online» e «escolha de produtores locais» 896

Ao início da tarde, a 20.ª edição do Congresso de Nutrição e Alimentação, organizado pela Associação Portuguesa de Nutrição (APN), teve uma sessão dedicada ao “Impacto da covid-19 nos Sistemas Alimentares”, no sentido de promover uma reflexão sobre os efeitos sociais e políticas da pandemia na área da Nutrição.

Mónica Truninger, socióloga e investigadora no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, considera que a crise pandémica «teve uma dupla disrupção» no sistema agroalimentar. Isto é, «alterou os hábitos e padrões alimentares» das pessoas e «influenciou o funcionamento da cadeia de fornecimento e distribuição dos sistemas alimentares».

Após a aplicação de um inquérito, Mónica Truninger concluiu que houve uma maior «preferência por compras online», «escolha de produtores locais», como pequenas mercearias ou lojas de bairro, ou até mesmo «o recurso a hortas».

Os supermercados não fecharam, mas deixaram de ser uma opção devido às «longas filas de espera», ao «horário limitado», à «escassez de produtos» e ao «receio do contágio», acrescenta a investigadora.

O confinamento também teve impacto na preparação das refeições e, em alguns casos, o teletrabalho permitiu «a preparação de refeições mais saudáveis, completas e variadas». Em sentido inverso, também houve agregados familiares que pioraram os seus hábitos alimentares, com uma «alimentação menos variada e à de base de doces e snacks».

A pandemia da covid-19 também reduziu o número de «oportunidades para consumir alimentos fora de casa». No final da sua intervenção, a socióloga recomendou que as «políticas integradas e intersectoriais», como a educação e os benefícios sociais, sejam mais direcionadas para os grupos vulneráveis ou em situação de desigualdade social.

Mónica Truninger defendeu ainda que as cadeias de abastecimento têm de optar por uma diversificação, caso pretendam «reduzir dependências do comércio global». Para o efeito, aconselhou a «investir em produtos de qualidade saudável e mais sustentável».

Veja a reportagem completa sobre o XX CNA na edição de novembro da revista VIVER SAUDÁVEL.