A «microbiota intestinal» foi um dos temas abordados no segundo dia do 20.º Congresso de Nutrição e Alimentação (CNA). Cláudia Marques, nutricionista e professora na NOVA Medical School, começa por explicar que a «microbiota é o conjunto de microrganismos que colonizam diversos locais do corpo humano».
A microbiota intestinal é aquela que tem maior relevância para os nutricionistas, dado que é a «mais influenciada pela dieta alimentar», explica a oradora. Além disso, é constituída essencialmente por «bactérias de dois grupos: Bacteroidetes e Firmicutes», acrescenta. Relativamente à microbiota intestinal, «há uma série de fatores que podem condicionar o tipo de bactérias no intestino», nomeadamente os antibióticos.
A investigadora refere que existe uma «extensa investigação que demonstra o impacto dos antibióticos» na redução da diversidade microbiana do intestino, bem como «as consequências para a vida adulta». O impacto é mais evidente se «a exposição aos antibióticos for no útero ou na primeira infância».
Além disso, a oradora refere que a dieta alimentar é o principal fator para determinar a composição da microbiota intestinal, já que se trata de «um conjunto de organismos compostos por vírus, fungos e bactérias». Em síntese, a «alimentação vai ditar a composição da microbiota intestinal», salienta.
«Uma dieta rica em fibra, pobre em gordura saturada e proteína de origem animal, está associada a uma maior diversidade de espécies microbianas», explica a investigadora. Logo de seguida, Cláudia Marques acrescenta que a «alimentação Ocidental, que é caracterizada pelo aumento de gordura saturada, de proteína de origem animal e de mais aditivos alimentares, tem uma menor diversidade de espécies na microbiota intestinal».
«As pessoas que seguem uma dieta alimentar Ocidental têm maior probabilidade de ter obesidade ou de doenças metabólicas, como a diabetes tipo II», refere. Por último, Cláudia Marques explica que a «microbiota funciona como intermediária dos efeitos da dieta alimentar na saúde».
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