De acordo com Miriam Wiemers – representante da Organização Não-Governamental (ONG) alemã Welthungerhilfe (WHH) -, as pessoas vulneráveis têm de estar no “centro das políticas alimentares”. Além disso, defendeu que os Governos e as Nações Unidas têm de ter “ações ousadas” para liderarem a transformação dos sistemas alimentares.
“Os Governos e a Organização das Nações Unidas (ONU) têm de liderar o caminho da mudança, fundamental, dos sistemas alimentares, abordando os desafios estruturais – incluindo as desigualdades, as falhas de mercado, os riscos para a saúde e as ameaças ambientais e climáticas – embutidos nos nossos sistemas alimentares”, afirmou, em declarações à agência Lusa.
Segundo a responsável, a meta global de erradicar a fome até 2030 está “mal encaminhada”.
“Para alcançar a meta de Fome Zero e cumprir o direito à alimentação para todos, precisamos de ações ousadas agora”, defendeu a especialista.
De seguida, Miriam Wiemers apela aos Governos para reforçarem os seus compromissos e prioridades no campo da segurança alimentar e nutricional, com medidas que devem passar, segundo a especialista, por um fortalecimento dos pequenos agricultores ou por melhores cuidados de saúde, educação, água ou saneamento.
Miriam Wiemers dirige algumas palavras aos países de alto rendimento que, apesar de apresentarem níveis relativamente baixos de fome, não podem ser deixados de parte, dado que também existe insegurança alimentar nas respetivas populações.
Por exemplo, a especialista lembrou que, durante a atual pandemia provocada pela doença covid-19, o número de pessoas a dependerem de bancos alimentares nestes países aumentou de forma significativa.
Na perspetiva da representante da ONG alemã, 14 países conseguiram melhorar o seu desempenho na escala elaborada pelo Índice Global de Fome, ao alcançaram reduções nos níveis de fome na ordem dos 25% entre 2012 e 2021.