Decorre atualmente o processo eleitoral para os Órgãos Nacionais da Ordem dos Nutricionistas, com a possibilidade de se poder participar através do voto postal, estando a votação presencial agendada para o próximo dia 14 de outubro, entre as 11h00 e as 16h00, nas sete assembleias de voto correspondentes a cada círculo eleitoral (Norte, Centro, Lisboa, Alentejo, Algarve, Região Autónoma da Madeira e Região Autónoma dos Açores). Dado que integro a lista de candidatos ao Conselho Geral pela Lista A e tendo em conta que a votação ainda decorre, não irei usar o espaço desta crónica para abordar ou comentar projetos ou candidaturas. Olhando para o passado, importa destacar a necessidade de todos os nutricionistas exercerem o seu direito de voto e refletir sobre os motivos que levam um número significativo de colegas, voluntária ou involuntariamente, a não expressar a sua opinião sobre os destinos da Ordem que tutela a nossa profissão.
Talvez uma das principais razões para alguns colegas não votarem seja a ideia de que não há muitas diferenças entre as candidaturas. É certo que a maioria de nós, entre os afazeres pessoais e profissionais, tem pouco tempo para se dedicar a ler na íntegra os programas das Listas em votação. Felizmente, ambas as candidaturas apresentam, para além dos programas completos, vários resumos de medidas-chave, relativas àquilo que tencionam implementar. Literalmente, é possível conhecer os destaques de cada programa em pouco mais de 5 minutos. Para quem não tenha esse tempo sequer, é sempre possível consultar a lista de candidatos de ambas as listas e trocar umas impressões rápidas com alguém que se conheça de uma ou outra candidatura. O discurso “são todos iguais” alimenta um clima de falta de credibilidade, que não favorece a participação.
Outro aspeto que afasta as pessoas dos processos eleitorais é o clima de confronto muitas vezes gerado entre candidaturas. É obrigação de todos, desde os candidatos aos seus apoiantes, a manutenção de um clima de serenidade durante o debate de ideias, que se pretende isento de ruído desnecessário. Há sempre quem queira atiçar o descontentamento e as divisões, na esperança que seja combustível para o discurso extremado e populista, que (supostamente) chama a atenção! Mas isso não representa a maioria dos Colegas, nem belisca o processo digno, democrático, que é a discussão de ideias e visões para a profissão. Podemos lutar por ideias, não devemos combater pessoas!
Há ainda quem prefira não votar, para não ter de tomar partido por esta ou aquela pessoa. É importante clarificar que numa eleição o que está em causa é o valor que cada um reconhece nas ideias e projetos apresentados, assim como a capacidade de concretização das equipas de cada Lista. Votar numa lista não é ser contra as pessoas da outra lista. Não deixamos de ser colegas de profissão apenas por estar um processo eleitoral em curso e, ainda que votemos de forma diferente, podemos continuar a trabalhar juntos, a rir juntos, a passar dificuldades juntos! As eleições passam, as relações profissionais e pessoais devem manter-se e evoluir!
Após 12 anos de Ordem dos Nutricionistas, o crescimento da profissão e os desafios que enfrentam as Ordens, exigirá ainda mais do que aquilo que já feito! Quanto mais participada for a votação, maior a exigência perante todos os Órgãos que tomarão posse para um novo mandato! Afinal, nunca é demais recordar que quando não votamos, estamos a deixar que sejam outros a decidir por nós.
Rodrigo Abreu
Nutricionista – Managing Partner na Rodrigo Abreu & Associados
Fundador do Atelier de Nutrição