Vítima de AVC recupera mobilidade após tratamento com células estaminais do cordão umbilical 377

As células estaminais do cordão umbilical revelam potencial para complementar as estratégias de reabilitação física atualmente utilizadas, para a recuperação da mobilidade de vítimas de acidente vascular cerebral (AVC). O mais recente caso de sucesso, que ocorreu na Coreia do Sul, foi agora reportado na revista científica World Journal of Stem Cells.

Em Portugal, a mortalidade por AVC é superior à de todos os países da Europa Ocidental e os resultados relativos aos anos de vida vividos com incapacidade e anos de vida perdidos são igualmente insatisfatórios. Embora as abordagens terapêuticas atualmente disponíveis para o tratamento de AVC ajudem a conter o dano neurológico e minimizar as suas sequelas, não atuam de forma a promover a regeneração da zona afetada.

“É no sentido de dar resposta a esta limitação que a terapia com células estaminais tem merecido a atenção de especialistas em todo o mundo como uma abordagem com potencial para promover a reparação da lesão cerebral resultante de um AVC, e, assim, complementar as estratégias já utilizadas na recuperação destes doentes”, esclarece a Dr.ª Bruna Moreira, investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal. “São já vários os estudos que têm evidenciado esta capacidade das células estaminais mesenquimais, tendo demonstrado tratar-se de uma terapêutica segura”, sublinha a especialista.

Neste caso, o doente de 55 anos estava incapaz de andar, tinha paralisia do lado esquerdo do corpo, nos membros superior e inferior, e apresentava dificuldades na fala, devido a um AVC isquémico – que ocorre por interrupção do normal fornecimento de oxigénio ao cérebro – classificado como moderado a grave.

O tratamento experimental, que consistiu na administração de duas infusões intravenosas de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical, com 8 dias de intervalo, foi conjugado com terapia de reabilitação, durante 4 meses. O progresso do doente foi acompanhado durante 2 anos e meio após o tratamento experimental.

Um mês após o primeiro tratamento, o doente recuperou da paralisia facial e do braço esquerdo e, após 8 semanas, recuperou da paralisia na perna esquerda, tornando-se capaz de andar com apoio. Nas semanas que se seguiram, foi reavendo a destreza e o controlo dos movimentos e passou a realizar tarefas de complexidade crescente. Já às 65 semanas, regressou à sua atividade profissional, como médico veterinário.

A TAC realizada no final do período de acompanhamento revelou que as dimensões da lesão neurológica tinham diminuído significativamente. Além dos resultados positivos, não foram observadas ou reportadas quaisquer reações adversas ao tratamento com células estaminais do cordão umbilical, que foi considerado seguro.

Para aceder aos mais recentes estudos científicos sobre os resultados promissores da aplicação de células estaminais, visite o Blogue de Células Estaminais: https://www.crioestaminal.pt/blogue-de-celulas-estaminais/