Por ocasião do Dia Mundial da Mãe, que este ano se assinala a 7 de maio, a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO) relembra as futuras mães sobre a importância de manterem os cuidados com a saúde ocular durante a gravidez.
Durante o período de gestação, a mulher deve ter um cuidado redobrado com a alimentação, o exercício físico, a higiene oral, a pele e, claro, os olhos. Tal acontece, porque nessa fase, existem alterações no metabolismo, perfil hormonal e circulação sanguínea de todas as mulheres, e que podem afetar o normal funcionamento da visão, o que pode levar ao aparecimento de novas doenças oftalmológicas ou agravar as que já existem.
“A sensação de olho seco, alterações do campo visual e na focagem são problemas oculares que podem surgir durante o período gestacional. Felizmente, a maioria deles são transitórios e acabam por desaparecer no fim da gravidez, ou do período de amamentação”, afirma Ricardo Parreira, médico oftalmologista e coordenador do Grupo Português de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo da SPO.
A SPO alerta que é fundamental que todas as futuras mães estejam atentas a seis alterações oftalmológicas que podem afetar a sua visão durante os nove meses de gravidez, tais como:
1. Alterações fisiológicas: dizem respeito a mudanças benignas e, geralmente, reversíveis com o final da gravidez;
2. Flutuações de hidratação da córnea: é a alteração fisiológica mais comum e que pode condicionar a flutuação do estado refrativo do olho, o que faz com que os óculos ou lentes de contacto habituais possam não ser tão adequados, durante o período gestacional;
3. Olho seco: também é muito comum devido às alterações hormonais e representa a sensação de um corpo estranho e olho vermelho. Agrava-se em ambientes secos e após a exposição frequente do computador, televisão, telemóvel ou tablet. Nas mulheres que utilizam lentes de contacto, os sintomas podem ser mais acentuados, pelo que é recomendado o uso regular de lágrimas artificiais.
4. Visão desfocada: quando ocorrem alterações transitórias na focagem devido ao aumento da espessura da córnea (edema);
5. Alterações visuais associadas à Pré-eclâmpsia: caracterizam-se por um aumento substancial da pressão arterial, o que pode provocar lesões em vários órgãos do organismo. Em termos oculares, pode manifestar-se desde o aparecimento de manchas pretas (escotomas), intolerância à luz, visão turva, até à perda súbita de visão;
6. Aparecimento de novas doenças ou agravamento das que já existem: em mulheres com diabetes, pode surgir o diagnóstico de retinopatia diabética, ou se já existia antes da gravidez, pode haver um agravamento da mesma. É importante que a grávida seja observada no período pré-concecional e acompanhada regularmente por um médico oftalmologista durante a gestação. O plano de Oftalmologia deve ser personalizado e articulado com a Obstetrícia.
Ricardo Parreira acrescenta ainda que: “os cuidados e a prevenção devem começar antes do início da gravidez, mantendo-se no decorrer do período gestacional. A mulher grávida deve estar atenta aos seus olhos e, caso se aperceba de alguma alteração, deve consultar de imediato um médico oftalmologista. Todas as mulheres com antecedentes de diabetes, uveíte ou alta miopia devem ir a uma consulta mesmo antes de engravidar para fazer uma avaliação e planear cuidadosamente o controlo da doença oftalmológica.”
Para mais informações sobre visão e gravidez, consulte o seu médico oftalmologista e visite o site: https://spoftalmologia.pt/.