Um estudo levado a cabo por três investigadores da Universidade de Glasgow revela que ter ecrãs no quarto ou não usufruir de uma refeição com tempo e em ambiente tranquilo potencia a obesidade infantil. A investigação publicada no International Journal of Obesity sugere que um dos caminhos para combater o excesso de peso na infância passa por promover as refeições numa área para o efeito e sem acesso a quaisquer ecrãs. Retirar do quarto todos os ecrãs, sejam de televisão, de jogos, de smartphones ou mesmo do computador é outra das recomendações apontadas.
Baseado em dados recolhidos pelo projeto Growing Up in Scotland (Crescer na Escócia), o estudo usou como amostra todas as crianças com uma ou mais medidas confiáveis de índice de massa corporal (IMC) aos 46, 58, 70 e 122 meses. No entanto, na fase final da pesquisa, o estudo focou-se em 2800 crianças com 122 meses, que tinham sido entrevistados em família.
Destes foram observados padrões de refeição, sono, atividade física e interação familiar durante os momentos à mesa, concluindo que existem cinco trajetórias de aumento de peso em ambos os géneros: de baixo risco (68% da amostra), excesso de peso decrescente (9%), excesso de peso crescente (12%), excesso de peso alto estável (6%) e obesidade alta crescente (5%).
Comparadas à trajetória de baixo risco, as trajetórias de peso alto ou de obesidade alta crescente revelaram por um acesso precoce a ecrãs no quarto de dormir, enquanto as trajetórias de excesso de peso crescente e de excesso de peso alto crescente caracterizaram-se pelo ambiente informal durante as refeições, sem se estar sentado à mesa com a família e muitas vezes com a televisão ligada.