A Universidade de Aveiro desenvolveu um sensor descartável, feito de papel e grafeno, que viabiliza o desenvolvimento de testes de urina “baratos e biodegradáveis”, foi esta quinta-feira divulgado.
Segundo fonte académica, “uma equipa de investigadores do Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação (i3n) da Universidade de Aveiro (UA) desenvolveu um sensor, feito a partir de papel e grafeno, que deteta e quantifica ácido úrico em amostras de urina humana”.
De acordo com uma nota de imprensa daquela universidade, o sensor descartável “viabiliza o desenvolvimento de testes de urina baratos e biodegradáveis, e abre caminho para a deteção de outros biomarcadores importantes”.
A equipa de investigadores do i3n revela que sensores feitos diretamente a partir de papel podem detetar e quantificar, com sucesso, a concentração de ácido úrico em amostras reais de urina.
Bohdan Kulyk, um dos investigadores que participou no estudo, explica que um dos objetivos do projeto foi produzir um sensor flexível, sustentável e com um baixo custo de produção.
Para desenvolver este sensor, a equipa liderada pela docente Florinda Costa utilizou espuma de grafeno, um material que pode ser obtido a partir de papel convencional.
Bohdan adianta que a utilização de grafeno surge por ser um material condutor com excelente desempenho eletroquímico, abrindo assim a possibilidade de criar um “biossensor para deteção de parâmetros biológicos”.
O grafeno, descoberto em 2004, é um material composto por uma única camada de átomos de carbono, “conhecido por ser leve, flexível e excelente condutor de eletricidade”.
Os investigadores utilizaram a tecnologia laser para produzir o “grafeno induzido por laser” (LIG – laser-induced graphene) técnica que consiste em irradiar o papel com um feixe laser de forma a transformar a superfície do papel (celulose) em espuma de grafeno.
O sensor já foi testado em amostras de urina humana e revelou “enorme seletividade, provando ser eficiente a detetar ácido úrico”.
Outra vantagem destes sensores, explicam os investigadores, é que as pessoas podem utilizar os testes em casa e, no futuro, poderão estar ligados a sistemas de transmissão de dados que enviam a informação diretamente para uma ficha clínica à qual os profissionais de saúde tenham acesso, libertando recursos médicos.