Uma em 14 famílias não consegue alimentos suficientes por falta de dinheiro 697

17 de Março de 2016

Uma em cada 14 famílias portuguesas pode não conseguir comprar alimentos suficientes por falta de dinheiro, segundo dados da Direção-Geral da Saúde hoje divulgados.

O coordenador do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, Pedro Graça, reconheceu que este dado é preocupante, embora indique que pode não ser o retrato fiel de todos os portugueses, uma vez que o inquérito que permite aferir estes dados é feito apenas a utilizadores do Serviço Nacional de Saúde.

A prevalência de famílias com insegurança alimentar grave desceu de 8,8% em 2012 para os 6,6% em 2014, enquanto a insegurança alimentar moderada cresceu de 81,% para 9,5%, de acordo com dados do relatório “Portugal – Alimentação Saudável em Números 2015”, avançou a “Lusa”.

O coordenador do Programa da Direção-Geral da Saúde referiu que as famílias com dificuldades de acesso a alimentos conseguem ser identificadas, permitindo às autoridades agir com mais qualidade no apoio de que necessitem.

Em linhas gerais, serão famílias com menos escolaridade e sobretudo residentes nas regiões do Algarve e de Lisboa e Vale do Tejo.

Pedro Graça sublinhou também que a insegurança alimentar pode coexistir com o excesso de peso, lembrando que os alimentos muito calóricos e menos saudáveis se tornaram uma alimentação barata e disponível.

«Os novos pobres sabem lidar menos bem com a pobreza e serão mais afetados pela insegurança alimentar» do que as famílias que há anos lidam com a mesma realidade e que têm já sistemas de apoio mais estruturados, como o recurso a bancos alimentares.

Quanto à obesidade, em 2014, mais de metade da população portuguesa (52,8%) com 18 ou mais anos tinha excesso de peso. O aumento da obesidade verificou-se sobretudo no sexo feminino e na população com idades entre 45 e 74 anos.

Já nas crianças e adolescentes, o excesso de peso parece estar a estabilizar ou mesmo a reduzir-se quando se comparam valores de 2008 com 2013. Contudo, Portugal continua a ter uma prevalência de jovens com excesso de peso superior à média europeia.