Combater a obesidade para prevenir o cancro é o conselho da nutricionista Diana Pereira Alexandre, do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa, que fala também da importância da conjugação de vários fatores para evitar os cancros mais comuns.
Ao site da “SIC Notícias”, a nutricionista afirmou que um terço dos cancros mais comuns podem ser prevenidos se for adotada uma alimentação saudável, se se apostar no exercício físico e evitar o ganho de peso. O «consumo alimentar desequilibrado e excessivo, aliado ao sedentarismo» são fatores promotores do cancro, alerta a nutricionista. «Não é a ação isolada de um alimento específico que previne o cancro», devendo considerar-se «o efeito de todos os alimentos que fazem parte da dieta habitual».
A trabalhar há 13 anos como nutricionista, Diana Alexandre considera que os ganhos na saúde «advêm do padrão de consumo alimentar e dos efeitos aditivos e/ou sinérgicos dos vários componentes da dieta, associados a outros fatores de estilo de vida». No que respeita aos doentes oncológicos em especial, faz nota de que um estado nutricional ajustado é essencial na fase de tratamento, o que «em certas situações é um verdadeiro desafio», explica. Defende o reconhecimento do «papel fulcral» da nutrição no «funcionamento do organismo» e na «manutenção da saúde», bem como «no tratamento de várias doenças».
À fonte, a nutricionista explica que as restrições alimentares não fundamentadas depois do diagnóstico de cancro são um erro muito comum. Destaca a importância de «adequar a alimentação aos sintomas associados à doença e/ou aos tratamentos, o que varia muito entre os vários tipos de cancro e fatores individuais». Explica ainda que «os conselhos nutricionais são baseados em evidência científica e são ajustados em função da situação clínica e do padrão alimentar de cada doente», frisando que «numa fase de doença controlada, o objetivo é que os doentes mantenham ou alcancem um peso corporal adequado, através de uma alimentação saudável e variada».
Sobre a ideia comum de que comer bem sai mais caro, Diana Alexandre diz que «apesar de certos alimentos considerados saudáveis como o peixe e os hortofrutícolas frescos terem mais custo, as quantidades a consumir não têm de ser necessariamente elevadas». Por exemplo no caso das frutas e hortícolas, «a oferta é muito variada e o importante é incluir fontes de várias cores (vermelho, roxo, verde, branco e amarelo/laranja) para se obter os benefícios nutricionais, sem que para isso tenha que se recorrer obrigatoriamente aos de preço mais elevado», faz notar, apelando à necessidade de planeamento diário que facilitará o cumprimento dos «pressupostos de uma alimentação equilibrada sem gastar muito dinheiro».