09 de outubro de 2017 A Comissão Europeia vai deixar de financiar leite com chocolate distribuído nas escolas, mas pouco vai mudar nas instituições de ensino em Portugal, visto que já é disponibilizado leite com cacau sem adição de açúcar. «Este regulamento que saiu agora em agosto diz que os estados-membros da União Europeia, que solicitem esta ajuda alimentar, devem, nos cadernos de encargos, incentivar a utilização de leite o mais simples e sem aditivos. É a visão do legislador. Depois dá margens de manobra: em casos especiais, em alguns países que fundamentem com razões culturais, por exemplo, pode haver adição de pequenas quantidades de açúcar, sal e açúcar e até outras substâncias como cacau. Ou seja, não proíbe taxativamente a distribuição desses produtos», explicou ao “Observador”, Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável. «A maior parte das pessoas não tem noção, mas o chocolate é uma mistura de cacau com açúcar. E o que vai para as escolas é leite com cacau. O açúcar que lá está é o do leite, não é adicionado», esclareceu Pedro Graça. Contudo, Pedro Graça defende que se deve «incentivar as crianças a gostar dos produtos da natureza sem aditivos porque são saborosos» e, nessa medida, «as escolas têm obrigação de educar o palato das crianças para os alimentos e sabores naturais», neste caso o leite simples. Porém, admite «alguma lógica» no argumento em defesa da distribuição do leite com cacau: «reconheço que o leite aromatizado com pequenos pedaços de cacau possa servir para algumas crianças beberem leite». |