De acordo com um estudo realizado, habituar as crianças alérgicas ao amendoim a esta leguminosa, de forma gradual e precoce, pode ajudar o sistema imunológico destas e superar o problema.
O trabalho, denominado por “Efficacy and safety of oral immunotherapy in children aged 1–3 years with peanut allergy (the Immune Tolerance Network IMPACT trial): a randomised placebo-controlled study”, foi publicado recentemente na revista The Lancet.
Esta investigação teve como objetivo avaliar se a imunoterapia oral com amendoim pode induzir dessensibilização (um aumento do limiar de reação alérgica durante a terapia) ou remissão (um estado de não responsividade após a descontinuação da imunoterapia) nessa população.
O estudo envolveu 146 crianças entre os 0 e 3 anos, alérgicas ao amendoim, e consistiu na imunoterapia oral, por um período de dois anos e meio. Enquanto 96 receberam o tratamento de uma dose diária de proteína de amendoim em pó, equivalente a seis amendoins, 50 crianças receberam um placebo, de aveia. A dose fixa para medir a remissão e dessensibilização foi de cerca de 16 amendoins.
Em crianças com alergia ao amendoim, o início da imunoterapia oral com amendoim antes dos 4 anos de idade foi associado a um aumento tanto na dessensibilização quanto na remissão.
A remissão ocorreu em vinte crianças no grupo que recebeu o tratamento, contra apenas uma no grupo placebo, enquanto a dessensibilização ocorreu em 68 em tratamento, contra uma do grupo placebo.
Embora não tolerassem a dose de 16 amendoins para remissão, vinte outras crianças foram capazes de suportar o equivalente entre seis e 12 amendoins, seis meses após o tratamento.
Pode consultar o estudo aqui.