Tendência é “crescente” mas Ordem quer mais: duas em cada autarquias não têm nutricionistas 1237

Duas em cada três autarquias não têm nutricionistas nos quadros. A conclusão é de um estudo da Ordem dos Nutricionistas, referindo ainda um reforço das equipas municipais devido ao alargamento de competências das câmaras municipais.

Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas, referiu, em declarações à Agência Lusa, que é visível, no entanto, uma “evolução, com tendência crescente, em termos de nutricionistas nos seus quadros, mas que deve ser claramente acelerada”. “Olhando para os dados de 2013, vimos que cerca de 12% das autarquias tinham nutricionistas a trabalhar e, nos dados desde ano, uma em cada três autarquias tem a presença de nutricionistas. Mas podemos colocar as coisas de outra maneira e dizer que duas em cada três autarquias não têm”, acrescentou.

A representante dos nutricionistas pede mais profissionais com competências nas autarquias, visto estarem também a ver as suas próprias competências alargadas. A alimentação escolar, por exemplo, faz com que Alexandra Bento peça a entrada de profissionais de forma célere. “Estamos satisfeitos com a tendência crescente de nutricionistas nas autarquias, mas claramente esta integração tem de ser acelerada, uma vez que estes profissionais podem trabalhar para melhorar a saúde da população através da alimentação”, frisou.

Segundo um estudo do Observatório da Profissão da Ordem dos Nutricionistas sobre a integração destes profissionais nas autarquias, que será apresentado hoje, dos 308 municípios, há 189 sem nutricionistas. Foram registados 74 municípios que incluem, pelo menos, um nutricionista no seu quadro de pessoal (24% da amostra), diz o estudo, segundo o qual a contratação regular da prestação de serviços a nutricionistas, no âmbito da elaboração de ementas escolares e de projetos de promoção de saúde, foi reportada por 20 autarquias.

“Os nutricionistas podem, devem e têm uma intervenção alargada a toda a população, em particular as crianças nas escolas (…) e, nesses municípios, poderão e deverão estudar a realidade local (..), conhecer a oferta alimentar nas escolas, conhecer a prevalência das doenças crónicas, muito relacionadas que estão, como sabemos, com a alimentação, e conhecer as situações de insegurança a alimentar”, considerou Alexandra Bento segundo a Lusa.

A especialista referiu que os nutricionistas, numa autarquia, “podem ser um auxílio muito precioso para os outros atores da saúde”, como os profissionais de saúde que trabalham nos cuidados de saúde primários.