Tecnologia do ChatGPT vai gerir atendimento de chamadas do 112 em 2025 840

Inteligência artificial baseada na tecnologia do ChatGPT vai gerir o atendimento de chamadas para o 112 a partir de 2025 em alturas de congestionamento, disse esta terça-feira (20) aos jornalistas, no Porto, o secretário-geral-adjunto da Administração Interna, António Pombeiro.

“Em princípio, se o piloto correr bem, estamos preparados para, a partir de 2025, começarmos a utilizar” o sistema no atendimento de chamadas, disse aos jornalistas António Pombeiro, à margem da MAI Tech, uma conferência de tecnologia nas áreas da segurança e proteção civil, promovida pelo Ministério da Administração Interna (MAI) no Porto.

O responsável advertiu que, por enquanto, se está a trabalhar com um projeto-piloto e é “uma tecnologia muito recente”, havendo a “necessidade de fazer muitos testes”, admitindo que para já se caminha “muito no desconhecido”, cita a Lusa.

“Em determinadas situações temos períodos de espera motivados por congestionamento de chamadas, isto quando há incidentes ou eventos que envolvam muita publicidade, muita gente a visualizar o que está a acontecer, toda a gente tem a iniciativa de ligar para o 112”, contextualizou o António Pombeiro, dando o exemplo de incêndios urbanos.

Como os recursos estão “dimensionados para situações normais”, gerando tempos de espera para atendimentos das chamadas que “podem chegar aos cinco ou seis minutos”, a ideia é “criar um primeiro interface que atende a chamada, avalia que tipo de problema é que se está a tratar e que tipo de reporte” é necessário, mas com “uma resposta em linguagem natural”.

Segundo o secretário-geral Adjunto da Administração Interna, “o próprio chamador não vai perceber que está a falar com um sistema, com uma máquina, com um robô”, que vai “utilizar a nova tecnologia do ChatGPT”, que ainda vai passar por um período de testes com chamadas simuladas.

“O segundo interveniente tem de ser sempre um humano. O sistema nunca leva a chamada até ao final”, assegurou António Pombeiro, esclarecendo que o sistema vai funcionar “só em alturas de maior congestionamento”.

Questionado sobre se a ideia é substituir pessoas, o secretário-geral Adjunto da Administração Interna rejeitou, dizendo que passa por “reforçar os meios operacionais”, já que é sempre necessário ter um humano na retaguarda.

Quanto às chamadas falsas (para enganar ou para outros fins que não emergências), que disse rondarem os 60%, “um número bastante elevado” que não afeta o atendimento, o responsável disse que essa situação “já carece de uma aprendizagem diferente”, mas “é também um objetivo” do novo projeto.