Sustentabilidade, desporto e política: O primeiro dia do CNA 2023 1487

Entre mesas redondas, conferências, comunicações orais, simpósios, tertúlias e outras sessões e eventos sociais, o primeiro dia do XXII Congresso de Nutrição e Alimentação (CNA) e do III Congresso Internacional de Nutrição e Alimentação, organizados pela Associação Portuguesa de Nutrição (APN), contou com cerca de 20 momentos de partilha de conhecimentos.

Ainda antes de oficialmente inaugurados, os dois congressos (o nacional e o internacional), contaram com três sessões. Na Sala do Infante, onde as comunicações aconteceram sempre na língua inglesa, o nutricionista e professor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP), Duarte Torres, abordou novas formas de contribuir para um melhor ecossistema através da alimentação e de novas formas de agregar as populações.

À mesma hora, numa outra sala, já em português, a Nutrição desportiva marcava a agenda, com Catarina Augusto, do Politécnico do Porto, a abordar a performance desportiva, e António Pedro Mendes, do Sporting CP, a desenvolver o papel nutricional para um corpo mais saudável. Houve ainda espaço, antes de uma pausa, para o impacto dos alimentos ultraprocessados na Saúde Humana, com Augusto Monteiro, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.

Da mudança de mentalidades à proteção do planeta: A alteração do paradigma alimentar

Seguiu-se a cerimónia de abertura, chefiada por Célia Craveiro, presidente da APN, onde seria antecipado um evento atento às mudanças constantes com capacidade de “influenciar a Nutrição do amanhã”. O secretário de Estado da Agricultura, Gonçalo Rodrigues, marcou presença nesta sessão, pedindo uma constante salvaguarda da dieta mediterrânica.

Pedro Graça, considerado o Nutricionista do Ano na edição de 2022 dos Prémios Viver Saudável, moderou uma tertúlia com o economista Pedro Pimentel sobre o acesso alimentar em tempos de crise. A pandemia de covid-19, que afetou as famílias, a guerra na Ucrânia, país vital para a distribuição de cereais, e a isenção do valor do IVA pelo Governo marcaram a discussão.

Depois de almoço, a questão ambiental e da sustentabilidade foi um dos temas quentes no setor internacional do evento. João Graça, da Universidade de Groningen, Roberta Alessandrini, da Physicians Association for Nutrition International, e Esther Sanye Mengual, da Comissão Europeia, abordaram de que forma os consumidores podem ser ajudados numa escolha mais correta de alimentos. Um dos pontos destacados foi a importância da simbiose interventiva em três aspetos: influência social, conhecimento e regulamentação, e recursos físicos e materiais.

CNA 2023: Célia Craveiro inaugurou dois dias que “irão influenciar a Nutrição do amanhã”

Numa outra sessão, Elisa Pineda, do Imperial College Business School, apresentaria um estudo sobre os ambientes alimentares nos países europeus que revelou diferenças entre as Nações e lembrou as diferenças de preço entre produtos mais e menos saudáveis, com os primeiros a ainda serem, em alguns casos, consideravelmente mais caros.

A Nutrição artificial, os desafios para o futuro, o impacto nutricional na prevenção e tratamento de úlceras marcaram o resto deste primeiro dia que contou ainda com a apresentação de quatro comunicações orais, dezenas de expositores e vários posters em análise pelos visitantes. Nesta sexta-feira (12), voltam a esperar-se centenas de nutricionistas na Alfândega do Porto.

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