Suplementos de ómega 3 deixam de ser recomendados para problemas cardíacos 1109

15 de janeiro de 2019

O ómega 3 não é eficaz a prevenir problemas cardíacos, ao contrário das indicações conhecidas até ao momento. A Comissão Europeia vai dar indicações aos estados-membros para não recomendarem os suplementos para esse fim.

 

Os medicamentos à base de ómega 3 não são eficazes na prevenção de problemas cardíacos em pacientes que já tiveram um ataque cardíaco, explica o Comité de Medicamentos para Uso Humano (CHMP) da Agência Europeia do Medicamento (EMA), após uma revisão de informações acumuladas ao longo dos últimos anos, informa o jornal “Diário de Notícias”. A EMA explica num comunicado referido pela fonte que, desde 2000, os medicamentos que contêm ácidos gordos ómega 3 – naturalmente encontrados em peixes como o salmão – foram indicados em vários países da EU para pacientes que tinham sofrido um ataque cardíaco. A sua recomendação era feita em combinação com outros medicamentos.

 

No entanto, foi efetuada uma revisão a pedido da agência de medicamentos sueca e os dados que entretanto surgiram não confirmam os efeitos benéficos – redução, mesmo que modesta, de problemas graves de coração e vasos sanguíneos. Não são avançados problemas na segurança destes medicamentos, no entanto o CHMP concluiu que o balanço entre os benefícios e os riscos dos medicamentos para prevenir a ocorrência de problemas cardíacos é agora negativo. Os efeitos do ómega 3 para estes fins já tinha sido questionada por uma organização mundial sem fins lucrativos, a Cochrane, cuja investigação retirou conclusões semelhantes.

 

EMA aconselha ainda a quem possa estar a usar este tipo de medicamentos para reduzir o risco de eventos cardíacos, a falar com o seu médico sobre a melhor alternativa. Embora não sejam recomendados para estes problemas, os ácidos gordos ómega 3 continuam a ser aconselhados para reduzir certos tipos de gordura no sangue, como os triglicerídeos.