Sondagem: apenas 2% dos portugueses considera a obesidade uma preocupação 1319

De acordo com uma sondagem nacional realizada pelo Expresso, com o patrocínio da Novo Nordisk, apenas 2% dos portugueses considera a obesidade uma preocupação.

Esta sondagem teve como objetivo avaliar o que os portugueses pensam sobre obesidade.

Uma das conclusões desta análise, é que apesar de existirem cerca de 1,5 milhões de pessoas com obesidade em Portugal, as suas consequências para a saúde não são valorizadas pela população, e apenas 2% considera a obesidade como uma das doenças que mais preocupação merece.

O cancro (66%), a covid-19 (23%) e as doenças cardiovasculares (18%) são doenças que os portugueses consideram mais preocupantes.

Contudo, 62% reconhecem que a obesidade é um fator de risco, e pode levar ao desenvolvimento de outras doenças, e 93% indica que esta aumenta o risco de morte prematura (93%).

A lista sobre as doenças de risco, é encabeçada pela diabetes (82%), hipertensão (80%) e colesterol alto (79%).

Os inquiridos, 65%, consideram ainda que a obesidade aumenta o risco de doença grave por infeção por SARS-CoV-2.

Questionados sobre a forma como cada um perceciona o seu peso, a maioria dos obesos (75%) descreve-se como tendo apenas excesso de peso, enquanto uma pequena parte (22%) reconhece o seu real estado clínico.

Uma das conclusões desta sondagem, é que quase metade das pessoas com excesso de peso (42%) nunca falaram sobre esta condição ao médico. Já os doentes obesos, na sua maioria, dizem já ter debatido este assunto com um profissional de saúde, embora um quinto (22%) nunca o tenha feito.

Entre os que o fizeram, 51% diz ter falado com o médico de família, 34% um nutricionista e 10% um especialista em endocrinologia.

Quando o tema é a procura de informação sobre a doença, 70% dos obesos admite já o ter feito e 30% recusa ter procurado saber mais. Nos inquiridos com excesso de peso, 54% diz não o ter feito.

Na lista de recursos consultados pelos doentes, a Internet surge no topo das escolhas (65%), seguido da consulta a um nutricionista (47%), e a um médico (45%).

No que se refere ao tratamento, a maioria (71%) considera o acesso ao tratamento difícil ou muito difícil. Para 65%, a falta de acesso a profissionais de saúde qualificados para ajudar na seleção do tratamento adequado, e a falta de motivação dos doentes em procurar intervenção clínica (63%), são outro dos fatores referenciados.

A principal razão apontada é o seu elevado custo (68%), que leva a que oito em cada dez portugueses (81%) defendam que os medicamentos para a obesidade devem ser comparticipados. Apenas 5% não concorda.

Quanto aos tratamentos que consideram tomar para combater o excesso de peso, 91% diz que a solução está na melhoria da alimentação, 82% aponta o exercício físico e 13% refere a utilização de suplementos alimentares. Apenas 11% das pessoas ponderam recorrer ao tratamento medicamentoso.

A maioria dos portugueses considera ainda que as pessoas com excesso de peso ou obesidade têm menos oportunidades do que os restantes, com menos oportunidades no emprego (56%), em trabalhos que impliquem atendimento ao público (61%), na vida social (55%) e no acesso a seguros de saúde e de vida (47%).

Entre os 39% que declaram ter excesso de peso, 27% diz já se ter sentido discriminado pela sua condição. A escola (54%) surge como o principal local onde ocorrem essas situações, seguida da rua e espaços públicos (52%), do trabalho (51%), do ambiente familiar (39%) e entre amigos (34%).

Relativamente aos seguros, 51% diz pertencer a um subsistema de saúde e 40% assume ser subscritor de um seguro de saúde. Relativamente às coberturas, 16% diz não ter cobertura para a obesidade, 11% afirma que nenhum sistema de saúde ou seguro pode cobrir suficientemente a doença e 57% das pessoas não sabe ou não responde. Apenas 6% dos participantes asseguram ter cobertura para a obesidade e 8% refere que a cobertura é insuficiente.

Com base em dados como o peso e a altura de cada participante nesta sondagem, foi calculado o índice de massa corporal (IMC) que permitiu concluir que 51% da população vive com excesso de peso ou obesidade. Destes, 32% está em estado de pré-obesidade e 19% sofre de obesidade.