Síndrome metabólica afeta mais de 36% dos portugueses 819


24 de julho de 2017

Estima-se que entre 36,5% e 49,6% dos portugueses sofram de síndrome metabólica, segundo um estudo realizado por investigadores da Unidade de Investigação de Epidemiologia (EPIUNit) do Instituto de Saúde Pública da Universidade de Porto (ISPUP).

O estudo foi desenvolvido com base numa mostra de 4.004 participantes, selecionados aleatoriamente nos centros de saúde dos 18 distritos de Portugal Continental.

Os resultados da investigação, publicada na revista “BMC Public Health”, mostram que os indivíduos residentes nos distritos de Vila Real e Leiria apresentam maior prevalência de síndrome metabólica, enquanto que os de Bragança e Beja registam valores mais baixos em comparação com a média nacional.

Também se verificou uma maior prevalência da síndrome nos participantes que residiam em áreas não urbanas.
 
As conclusões do estudo mostram ainda que «existe uma maior prevalência da síndrome no sexo feminino, nos idosos e nos participantes classificados em relação à sua ocupação como “domésticas”, “reformados” e “desempregados” e que, em contrapartida, se constatou uma menor prevalência nos participantes que referiram realizar exercício físico regular», refere, na página do ISPUP, Luís Raposo, primeiro autor do estudo, coordenado pela investigadora Ana Cristina Santos.

«Este estudo vem confirmar a elevada prevalência da síndrome metabólica em Portugal. A elevada prevalência nacional de obesidade, hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo 2 contribuem para a dimensão deste grave problema de saúde pública», acrescenta o investigador. «O envelhecimento e a tendência para o aumento da frequência de obesidade na nossa população poderão vir a contribuir para um agravamento futuro do problema. Pensamos que o combate à obesidade e ao sedentarismo deve ser uma prioridade», remata.