De 5 a 12 de outubro, comemora-se, pelo segundo ano consecutivo, a Semana da Sensibilização para a Malnutrição, dias depois da Direção-Geral da Saúde ter anunciado a publicação da norma que regulamenta a Implementação da Nutrição Entérica e Parentérica no Ambulatório e Domicílio em Idade Adulta.
A Semana de Sensibilização para a Malnutrição pretende dar voz a estes doentes, através da campanha #malnutriçãozero, que conta com o apoio institucional do Ministério da Saúde e com o apoio científico da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, da Sociedade Portuguesa de Cirurgia e da Sociedade Portuguesa de Oncologia.
Esta campanha tem como objetivos educar para a identificação e tratamento precoces da malnutrição associada à doença, consciencializar os doentes/cuidadores para que possam discutir o seu estado nutricional com o seu médico e sensibilizar todos para o papel fulcral da nutrição clínica na recuperação do doente.
Segundo o Presidente da Associação Portuguesa de Nutrição Entérica e Parentérica (APNEP), Aníbal Marinho, “no documento consta que o Grupo de Nutrição Entérica e Parentérica (GNEP) deve monitorizar e garantir, aos doentes com necessidade de Nutrição Entérica e Parentérica, o acesso equitativo aos cuidados e à nutrição em contexto domiciliário e ambulatório”.
Esta iniciativa é uma ação conjunta da Optimal Nutritional Care for All (ONCA) e da European Nutrition for Health Alliance (ENHA), à qual já se juntaram países como Reino Unido, França, Bélgica, Dinamarca, Israel e Portugal.
Lembrar que Portugal regista anualmente mais de 115 mil casos de doentes no domicílio/ambulatório (1% da população) em risco nutricional que precisam de apoio nutricional com recurso a nutrição clínica (entérica e parentérica).
Aníbal Marinho, presidente da APNEP defende que que neste momento “a dimensão de doentes malnutridos que se encontram em ambulatório sem qualquer tipo de acesso à nutrição clínica aumentou de forma drástica durante esta pandemia, havendo doentes que não têm sequer acompanhamento”.
A falta de acessibilidade à nutrição clínica acentua desigualdades sociais, uma vez que apenas os com capacidade financeira para tal, conseguem reverter a sua malnutrição no contexto ambulatório/domicílio.
Assista ao vídeo da campanha aqui.