O diretor da Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA), Pedro Queiroz, considera que os sistemas de rotulagem simplificada devem traduzir-se num esquema único e harmonizado a nível europeu e pede que não se vá “a reboque de agendas políticas” acerca desta temática.
“Tendo presente o contexto de mercado único, é importante unir esforços no sentido da adoção de um esquema único e harmonizado a nível europeu, evitando a proliferação de iniciativas nacionais”, escreveu Pedro Queiroz no habitual espaço de opinião na revista VIVER SAUDÁVEL.
Num momento em que a União Europeia se encontra a trabalhar no uso de sistemas de rotulagem simplificada, como são, por exemplo, o Nutri-Score e os “semáforos” nutricionais, o responsável da FIPA espera uma proposta concreta. “É fundamental garantir que o sistema que venha a ser recomendado tenha a necessária robustez e esteja assente em evidências científicas associadas ao impacto positivo nas escolhas alimentares”, reiterou.
Para que tal aconteça, é necessária uma discussão alargada que contemple “as várias partes interessadas”, uma “aposta paralela na literacia dos consumidores e a criação de mecanismos de avaliação de impacto”.
“Consumidores têm de sair a ganhar”
Para o também docente universitário, “este é um tema onde os consumidores têm de sair a ganhar e que não deve ir a reboque das agendas políticas”, referindo-se à implementação, por parte do anterior Governo, do Nutri-Score enquanto medida de saúde pública, com uma adesão opcional por parte dos operadores.
Ministro diz ter anulado o Nutri-Score por prejudicar o azeite
Pedro Queiroz acusa o Executivo de António Costa de ter publicado uma recomendação “de forma unilateral, ultrapassando a tutela de regulamentação (Ministério da Agricultura) e fugindo ao diálogo com os principais parceiros da cadeia de abastecimento”. Em conformidade, considera que o atual Governo PSD-CDS “veio dar um novo enquadramento a um processo que havia sido muito mal conduzido”.
“Mais diálogo, menos agenda” é um dos artigos de opinião da última edição da revista VIVER SAUDÁVEL, afeta aos meses de julho e agosto, já disponível.