Reino Unido: Refeições à venda em restaurantes e supermercados poderão ter limites calóricos 1041

 

 

27 de dezembro de 2014

Os produtos e refeições à venda em restaurantes e supermercados do Reino Unido poderão passar a obedecer a um limite de calorias específico, segundo um plano que está a ser elaborado pelo departamento de Saúde e Assistência Social britânico (PHE, em inglês) para combater a obesidade. O objetivo é que até 2024, os produtos vendidos em todas as categorias de alimentos tenham menos 20% das calorias. Porém, a medida não está a agradar a todos na indústria alimentar.

 

As propostas iniciais, acedidas pelo “The Telegraph”, citado pelo jornal “Observador”, indica que refeições como sandwiches e saladas vendidas em supermercados não poderão ultrapassar as 550 calorias. Já os pratos principais em restaurantes podem ter de obedecer a um limite de 951 calorias, enquanto as refeições pré-feitas não deverão passar das 544 calorias.

 

No Reino Unido, nove em cada dez refeições principais que são servidas nos restaurantes têm mais de 600 calorias, com as principais cadeias a venderem dezenas de pratos principais com mais de 1000 calorias. Este plano vem ainda na sequência de um estudo realizado pela PHE que comprovou que, no Reino Unido, uma em quatro crianças entre os 10 e 11 anos têm excesso de peso ou são obesas. 

 

As restrições que estão planeadas ao número de calorias dos produtos dependem também do local onde as refeições são vendidas. Num supermercado, uma dose de batatas fritas, waffles ou puré de batata não poderá ultrapassar as 302 calorias. Já nos restaurantes, os mesmos produtos podem chegar às 416 calorias. 

 

«Todos nós precisamos de calorias, mas com muitos produtos de uso diário que contém altos níveis de açúcar e gordura saturada é muito fácil comer calorias em demasia», disse Caroline Cerny, da Aliança para a Saúde da Obesidade. 

 

«A indústria de alimentos deve desempenhar o seu papel no combate à obesidade e ao adaptar receitas e reduzir porções excessivas pode tornar muito mais fácil para as famílias fazerem escolhas mais saudáveis», acrescentou ao jornal britânico.

 

No entanto, fabricantes e outros especialistas continuam a não estar satisfeitos com a proposta, tendo em conta que terão de adaptar toda a sua produção a estas restrições. 

 

«Os limites de calorias são arbitrários, não científicos e irrealistas. É razoável oferecer conselhos sobre o consumo diário de calorias, mas estabelecer limites nas refeições é de loucos», referiu ao “The Telegraph”, Chris Snowdon, chefe de economia e lifestyle no Instituto de Assuntos Económicos.