Regras para comunicar em tempo de pandemia na área da alimentação e nutrição 1294

O portal Nutrimento deixa cinco regras para se comunicar bem e com risco reduzido, na área da alimentação e nutrição, em tempo de pandemia por covid-19.

Tendo em conta o momento complicado que o país atravessa, em que as limitações são muitas, há que ter precauções extra no que se refere à comunicação, e principalmente à comunicação no contexto da nutrição.

Não é só em tempos de pandemia que se tem de ter cuidados acrescidos com uma comunicação incorreta e imprecisa, mas uma má comunicação pode ter consequências bem mais sérias em momentos de crise.

Tendo em conta isso, a Direção-Geral da Saúde (DGS) sugere cinco recomendações para uma comunicação na área da nutrição com qualidade e direcionada para a minimização dos riscos.

Em primeiro lugar, só se devem fazer “recomendações baseadas em evidência científica e em linha com as orientações das autoridades de saúde e da área da alimentação internacionais e nacionais”, tais como a DGS, ASAE, OMS, EFSA, indica o documento.

A segunda regra implica “não sobrevalorizar o papel de um determinado alimento, nutriente ou suplemento alimentar na prevenção da covid-19”. Até porque a evidência científica é escassa, e tanto quanto sabemos não é conhecido nenhum alimento ou suplemento alimentar que possa prevenir ou ajudar no tratamento da covid-19.

Em caso de dúvida, é seguir as indicações da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA), que até ao momento não identificou nenhum “alimento ou componente que seja considerado adequado para a redução dos fatores de risco de infeções”.

Já em Portugal, as orientações da DGS são muito claras: uma alimentação equilibrada e saudável, seguindo as orientações da Roda dos Alimentos.

A terceira regra tem a ver com manutenção de uma “comunicação equilibrada sobre a possível transmissão do novo coronavírus através dos alimentos”. Até ao momento não há provas ou evidência que indiquem haver qualquer tipo de contaminação através do consumo de alimentos cozinhados ou crus. Como tal, a comunicação deve estar alinhada com as orientações da ASAE, EFSA e OMS. O apelo vai para que se sigam as boas práticas de higiene e segurança alimentar, que por esta altura devem ser reforçadas, dadas as circunstâncias deste período de crise.

Outro dos pontos a ter em conta, tem a ver com a comunicação no contexto da covid-19, em que se deve reforçar as medidas que sabemos que serão efetivas para a prevenção da propagação da doença, “nomeadamente as boas práticas de higiene, as medidas de etiqueta respiratória e as medidas de isolamento social”.

A última regra de comunicação no contexto desta pandemia tem a ver com o “ser ativo na atualização do conhecimento científico”. Visto esta ser uma doença nova, muito pouco conhecida, “é imperativo manter uma rotina na procura e leitura da evidência científica atual, sobretudo no que respeita à relação entre a alimentação e covid-19. Deve ser feita uma leitura e reflexão critica, não emocional, avaliando a qualidade da evidência e a robustez dos estudos. Só depois, e se se justificar, deve ser promovida a translação do conhecimento científico para o público em geral”, sublinha a DGS.

Estas são regras direcionadas para todos aqueles que comunicam na área da nutrição e da alimentação, profissionais de saúde, sociedade civil, comunicação social e demais parceiros.