O diretor do programa nacional de Saúde Mental anunciou esta quinta-feira (19) que em “três ou quatro anos” estará concluída a reforma dos serviços desta área, incluindo a criação das 40 equipas comunitárias previstas no Plano de Recuperação e Resiliência.
“Dentro de três ou quatro anos isso está tudo feito, não antes. As 40 equipas estarão formadas e o resto do país estará reorganizado. Acho que não é ser demasiado otimista prever uma coisa dessas”, afirmou Miguel Xavier na audição no grupo de trabalho de saúde mental da Comissão parlamentar de Saúde.
Segundo adiantou, a prestação de cuidados na área da saúde mental tem de ser feita de uma forma multidisciplinar por equipas compostas por psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais.
Miguel Xavier avançou que o desenvolvimento das equipas comunitárias já está a ser feito através do “aumento do número de pessoas”, na sequência da inscrição no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) da constituição de 40 dessas equipas, algumas já criadas.
“É muita gente, são 300 pessoas de novo a trabalhar na saúde mental” e que estão a ser distribuídas pelas cinco regiões de saúde de Portugal continental – Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, avançou o diretor nacional.
Destas 40 equipas, 20 destinam-se a trabalhar com adultos e as restantes 20 com crianças e adolescentes, que vão ser também distribuídas de acordo como os “sítios que estão mais privados de pessoal”, adiantou, citado pela Lusa.
De acordo com Miguel Xavier, além das equipas previstas no PRR, e para evitar que o país tivesse um “sistema dúplice” na prestação de cuidados de saúde mental, foi necessário “transformar os recursos que já existem, reorganiza-los, no sentido de assumirem a forma de equipas comunitárias”. “É isso que está a começar a ser feito este ano”, também através de formação para estas novas equipas, adiantou Miguel Xavier aos deputados.
A reforma da saúde mental que o Governo quer concluir até final de 2026 recorre a 88 milhões de euros para investimentos nesta área, disponíveis no âmbito do PRR. Entre as medidas previstas consta, na área dos cuidados hospitalares, a construção quatro novas unidades de internamento em hospitais gerais e a eliminação dos internamentos de doentes agudos em hospitais psiquiátricos.