Reduzir o consumo de alimentos animais tem menor impacto climático do que uma dieta vegetariana tradicional 1162

Segundo um estudo da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, e publicado na revista Global Environmental Change, promover uma dieta nutritiva com as calorias adequadas nos países em desenvolvimento exigirá um aumento substancial das emissões de gases com efeito de estufa, assim como do consumo de água.

Os investigadores desenvolveram um modelo que analisa como mudanças nos padrões dietéticos em 140 países aumentariam as emissões de gases com efeito estufa e o consumo de água doce.

A investigação estudou o impacto de nove tipos de dietas semivegetarianas, vegetarianas com ovos e leite, veganas e outras, todas sem carne vermelha.

A primeira conclusão a que se chegou foi que “não se reconhece que muitas partes do mundo lidam com casos de desnutrição”.

“Para levá-los a um ponto onde não sofram de desnutrição crónica será preciso mais alimentos e, consequentemente, aumentar as emissões de carbono”, indica o estudo.

Outra das conclusões tiradas neste estudo diz respeito a que “em muitos países de alto rendimento, onde consumimos muito mais produtos animais que a média mundial, existe uma maior urgência para se começar a transição para dietas baseadas em vegetais”.

Mas para se atingir este objetivo, os investigadores indicam que não é necessário que as pessoas renunciem a certos alimentos completamente.

O modelo usado mostrou que uma dieta na qual a proteína animal procede principalmente de animais da parte baixa da cadeia alimentar, como peixes pequenos e moluscos, tem um impacto ambiental quase tão baixo como uma dieta vegana.

Os cientistas descobriram também que reduzir em dois terços o consumo de alimentos animais, tem um menor impacto climático do que uma dieta vegetariana tradicional com a inclusão de laticínios e ovos.

“Um dos maiores obstáculos, é lidar com a ideia de renunciar a um tipo de alimento para sempre. Assim, acredito que o mais interessante de algumas das dietas que desenvolvemos é que não exigem que eliminemos completamente qualquer produto animal em particular”, indica este estudo.

O estudo também conclui que o país de origem de um alimento pode determinar o seu impacto climático. Por exemplo, produzir um quilo de carne no Paraguai provoca quase 17 vezes mais gases do efeito estufa que fazê-lo na Dinamarca devido ao desmatamento associado.