10 de julho de 2017 O homem moderno precisa cada vez menos de comida, porque não tem a mesma exigência em termos físicos do que os antigos, disse à “Lusa” um médico especialista em transplantes do pâncreas, Raja Kandaswamy. «Já não temos o mesmo nível de consumo de calorias que antes, mas ainda assim continuamos a consumi-las», argumentou o médico. O líder do maior centro de transplante do pâncreas do mundo, na University of Minnesota Medical Center, em Mineapolis, nos Estados Unidos da América, foi convidado para falar sobre a sua área no HEBIPA Meeting 2017, um encontro que decorreu sexta e sábado no Porto e foi organizado pela Unidade Hepatobiliar e Pancreática do Centro Hospitalar do Porto. Sobre a evolução da doença no planeta, explicou-o de forma simples: «há quem chame à diabetes a doença dos ricos e como o mundo está a tornar-se cada vez mais rico, a doença acompanha-o, porque cada vez se faz mais exercício em frente à televisão». Pioneiro dos transplantes do pâncreas nos Estados Unidos da América, o médico indiano considerou «encorajador verificar que as transplantações do pâncreas têm vindo a aumentar fora dos Estados Unidos nos últimos 15 anos». «Os países líderes nesse particular são o Reino Unido e o Brasil, depois a Coreia do Sul e a Itália, com Portugal a surgir no Top 7 dos países com o melhor registo por número de habitantes, o que é impressionante», elogiou Raja Kandaswamy. Numa curta viagem pelos últimos 51 anos na história dos transplantes, Kandaswamy lembrou que quando em 1966 começaram os transplantes do pâncreas «nos primeiros 30 anos a taxa de sucesso foi muito baixa». «Depois disso, a cada cinco anos surgiram melhoramentos e, aqui chegados, temos um registo superior a 90% de casos de sucesso nos Estados Unidos», revelou à “Lusa”. |