No mês em que se realizam as eleições para os Corpos Sociais da Associação Portuguesa de Nutrição (APN), Célia Craveiro, que se recandidata a presidente da direção, conversou com a VIVER SAUDÁVEL sobre o triénio que agora termina, os desafios impostos pela pandemia, e os objetivos para os próximos anos.
Responsável pelo cargo desde 2014, a presidente da APN iniciou o mandato anterior em fevereiro de 2020, “numa altura de incerteza quanto ao que esperar da pandemia”. Durante quase dois anos, grande parte das atividades da associação sofreram alterações ou foram adiadas, essencialmente aquelas que exigiam “uma maior aproximação aos associados, ou uma participação mais ativa em algumas áreas”, explica.
“Não houve um decréscimo efetivo da sua qualidade”, continua, referindo-se a todas as atividades que sofreram adaptações e que, na maioria dos casos, transitaram para o meio digital. O mesmo aconteceu com o Congresso de Alimentação e Nutrição que em 2020 e 2021 se realizou à distância. O maior desafio que se impõe, à semelhança de outros setores, prende-se com o retomar do contacto entre pares. “Queremos trazer à APN a dinâmica que a sociedade perdeu com a covid, essa dinâmica de participação, que o associado seja interventivo”, assegura.
Novas caras
Apesar de uma maioria que representa claramente uma continuidade na formação das equipas que compõem os Corpos Sociais, a nova lista de candidatos, dá conta de algumas novidades. Na Mesa da Assembleia Geral, Hugo de Sousa Lopes (presidente) e Tânia Correia (1.ª secretária) mantêm-se e entram Ana Moreira (2.ª secretária), Ezequiel Pinto e Pedro Meirinhos como 1.º e 2.º suplentes.
No caso de duas das saídas da Assembleia Geral, não existe um desvincular para com os órgãos da APN. Ana Cabilhas e Maria João Correia saem deste órgão, mas transitam para a Direção, como vogais. Também aqui há mudanças, sendo a única equipa que cresce: passa de 9 para 15 elementos. Com outras pequenas mudanças entre aqueles que já faziam parte da Direção, destaque ainda para as entradas de Liliana Ferreira e Joana Araújo, como vogais, e Marta Silvestre e Lúcia Figueiredo, como suplentes.
O Conselho Fiscal é o único que se mantém intacto, com Isabel Monteiro novamente na presidência. “O propósito é voltar a agregar associados, instituições, toda uma série de ações e dinâmicas que ficaram em suspense com a pandemia”, garante, ao reforçar que a Direção entendeu ter condições para iniciar um novo projeto.
Afirmar a Nutrição
“A APN é interventiva em vários setores, considerada um stakeholder na área da saúde e agroalimentar. A nossa intervenção não teve um decréscimo de qualidade, mas de quantidade nos anos iniciais por afastamento próprio da pandemia”, refere. Por isso mesmo, “o maior desafio para os próximos anos será interno”. Voltar a agregar os associados para uma maior participação ativa nas lides da APN é o principal objetivo para o novo triénio.
“As pessoas têm de voltar a ter tempo, fora a vida pessoal e profissional, tempo institucional, para as associações que os representam, parte integral da nossa sociedade”, acredita. Esta relação continuará a ser reforçada com as áreas de atuação da APN, nomeadamente através do seu Congresso – que este ano volta a “ter uma edição internacional e isso implica sempre uma maior participação de convidados que estejam com uma área de atividade internacional” – da atividade formativa ou mesmo da Ata Portuguesa de Nutrição.
“Temos de afirmar a área da Nutrição”, diz Célia Craveiro. “As associações são um conjunto e pessoas, apenas vou sendo a cara da direção, a APN tem crescido muito com o trabalho dos seus associados”, finaliza. As eleições para os Corpos Sociais da Associação Portuguesa de Nutrição acontecem a 21 de janeiro de 2023, cuja presente lista é a única concorrente.