A diretora do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), Maria João Gregório, aponta as barreiras dos determinantes comerciais da saúde e lembra que são os contribuintes a pagar a sua fatura.
No habitual espaço de opinião na revista VIVER SAUDÁVEL, Maria João Gregório abordou o recente Relatório da OMS Europa sobre determinantes comerciais das doenças crónicas não transmissíveis na região europeia, com o apoio político da Presidência Belga do Conselho da União Europeia, “num dos espaços de comércio alimentar mais fortes e mediáticos do planeta”. O que, para si, “sublinha o simbolismo deste gesto ao sugerir mudanças profundas e necessárias na relação entre quem vende e promove produtos alimentares e quem consome”.
A responsável reforça a “mudança na narrativa em torno da responsabilidade dos cidadãos”: as pessoas deixam de ser vistas como as únicas responsáveis “pelo seu (mau) estado de saúde”, pois os decisores políticos devem “impedir que os interesses comerciais se sobreponham aos interesses da saúde da população”.
“E se o argumento para uma menor regulação da indústria for económico, importa colocar a seguinte questão: Quem paga a elevada fatura da elevada prevalência das doenças crónicas?” Maria João Gregório afirma que “a fatura é elevadíssima e quem paga é o Estado e, portanto, todos nós”.
Este é um tema “da maior importância” para os nutricionistas, assegura. “A credibilidade da nossa profissão dependerá de uma necessária reflexão sobre este tema e da definição de procedimentos e mecanismos que permitam identificar e evitar situações de conflito de interesse”.
“Os determinantes comerciais da saúde existem e são uma barreira às medidas de promoção da alimentação saudável” é um dos artigos de opinião da última edição da revista VIVER SAUDÁVEL, afeta aos meses de julho e agosto, já disponível. Assine a revista dos nutricionistas e leia o texto completo, onde a diretora do PNPAS apresenta as “práticas, estratégias e táticas utilizadas pelos operadores económicos”.