Quase metade da população mundial sofre de má nutrição 914

De acordo com o “Relatório de Nutrição Global” (GNR, sigla em inglês), quase metade da população mundial sofre de má nutrição, com consequências para a saúde, mas também para o planeta.

A informação para este relatório provem do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo os dados divulgados, 48% dos humanos comem muito ou muito pouco.

O relatório estima que quase 150 milhões de crianças com menos de cinco anos sofrem de atrasos de crescimento, mais de 45 milhões são magras demais e quase 40 milhões estão acima do peso.

Precisa-se de reduzir o emagrecimento das crianças (quando são magras demais para a sua altura) e os atrasos de crescimento (muito pequenas para a idade), bem como a obesidade adulta.

Também revela que mais de 40% dos homens e mulheres (2,2 mil milhões de pessoas) estão com sobrepeso ou são obesos.

O relatório indica ainda que as pessoas não estão a consumir as quantidades recomendadas de alimentos que promovem a saúde, como frutas e vegetais. Os países mais pobres são os que apresentam o menor consumo destes alimentos.

Já os países mais ricos, consomem a maioria dos alimentos com efeitos prejudiciais à saúde, como carne vermelha, laticínios e bebidas açucaradas, e têm as taxas mais altas de pessoas com sobrepeso.

O relatório indica também, que a procura global de alimentos gerou cerca de 35% das emissões de gases de efeito estufa em 2018.

“Alimentos de origem animal geralmente têm uma pegada ambiental maior por produto do que alimentos de origem vegetal”, explica.

“Os resultados globais mostram que as nossas dietas não melhoraram nos últimos dez anos e agora são uma grande ameaça à saúde das pessoas e ao planeta”, defende o documento.

Para além disso, a covid-19 não veio ajudar, aliás, veio ainda prejudicar, pois ao interromper os sistemas de alimentação e saúde, a pandemia empurrou mais 155 milhões de pessoas para a pobreza extrema.

Tendo em conta estes dados, o GNR alerta para o fato de que o mundo não vai conseguir alcançar oito das nove metas de nutrição estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para 2025.