O PSD acusou esta quinta-feira a governação socialista de ter “perseguido os profissionais de saúde”, com a bancada do PS a lamentar que a ministra Ana Paula Martins tenha “forçado” o diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde a demitir-se.
As posições das duas bancadas parlamentares foram manifestadas no início de um debate sobre o estado do Serviço Nacional de Saúde (SNS), requerido pelo PSD, mas que não contou com a presença do Governo.
“Se nestes oito anos os doentes e os utentes foram abandonados pelo PS, os profissionais de Saúde foram perseguidos pelo PS”, afirmou o deputado social-democrata Francisco Sousa Vieira, ao lamentar que tenha valido “tudo para desrespeitar, desvalorizar e desmotivar” esses profissionais, cita a Lusa.
Segundo Francisco Sousa Vieira, durante os Governos socialistas “valeu apelidar os enfermeiros em greve de criminosos infratores e os médicos de falta de resiliência”, mas também 18 meses de reuniões com sindicatos, demissões de chefias, escusas de responsabilidade, blocos de partos e urgências fechadas e horas extraordinárias esgotadas.
Para o deputado do PSD, as políticas socialistas que conduziram a esses resultados foram contaminadas pelas “políticas bloquistas e comunistas que iam desmantelando” o SNS.
Francisco Sousa Vieira salientou que nas eleições de 10 de março os “portugueses confiaram” na Aliança Democrática “para mudar o caminho da saúde em Portugal” e para “trazer de volta a paz ao setor”.
Pelo PS, João Paulo Correia lamentou que a ministra da Saúde não tenha comparecido ao debate agendado pelo próprio PSD, acusando os sociais-democratas de “esconder” Ana Paula Martins, evitando que “prestasse contas” ao parlamento.
“O PSD continua naquela lógica de não governar, mas de fazer oposição à oposição”, acusou o parlamentar socialista, ao salientar que o PS “percebe bem porque o PSD quer esconder” a ministra dos deputados.
Segundo o deputado socialista, Ana Paula Martins é um dos “rostos da instabilidade e da impreparação” do Governo e “forçou a demissão” da direção executiva do SNS no final de abril, que tinha sido escolhida pela “sua elevada competência” para as funções que desempenhava.
“Isso é mais uma prova de que o PSD lida mal com autonomia da Administração Pública e segue uma agenda de saneamento político que começou na saúde, passou na Santa Casa [da Misericórdia de Lisboa], passa nas polícias e vai prosseguir”, lamentou João Paulo Correia.