Programa Nacional para a Diabetes da DGS está sem diretor 621


23 de março de 2018

O Programa Nacional para a Diabetes da Direção-Geral de Saúde (DGS) está sem diretor há três meses, o alerta foi emitido pela Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal e a Sociedade Portuguesa de Diabetologia.

O diretor clínico da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, João Filipe Barroso, explica que a ausência de coordenador está já a refletir-se na organização dos cuidados de saúde e também nos planos de combate e prevenção da doença.

«Nos últimos anos, havia uma tentativa de juntar cada vez mais os cuidados de saúde primários e os cuidados hospitalares, de forma a tentar homogeneizar os cuidados às pessoas com diabetes. Isso implica um esforço muito grande ao nível de um coordenador de um Programa Nacional para a Diabetes», defendeu junto da “TSF”.

Para além disso, João Filipe Barroso lembra que há também impactos no programa de distribuição das bombas de insulina e no programa de prevenção da diabetes. «Estamos em suspenso à espera de orientações e do coordenador».

Já Hélder Ferreira, coordenador do Programa da Diabetes da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, revela que, por falta de dinheiro, há três zonas da região que estão há meses sem rastreios de retinopatia diabética, fundamentais para evitar casos de cegueira.

Hélder Ferreira explica à “TSF” que o contrato com a técnica responsável por esse rastreio terminou em dezembro do ano passado e a ARS do Centro ainda não teve possibilidades de contratar ninguém. «Não há meios no terreno para realizar o que os técnicos tinham vindo a fazer, concretamente na região dos Agrupamentos de Centros de Saúde Dão-Lafões, Baixo Mondego e Pinhal Interior Norte», adianta. «Quem está no terreno sente-se um pouco órfão dado não haver alguém a quem possa pedir responsabilidade e apelar».

Contactada pela “TSF”, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, adianta apenas que a situação será resolvida em breve.