Produtores de vinho reclamam dos “preços recorde” das garrafas e pedem intervenção do Governo 997

A ANCEVE (Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas) mostra-se preocupada com o preço das garrafas que, segundo o organismo, “continuam a ser colocadas no mercado com preços recorde”. Lamenta ainda que “a baixa gradual do custo da energia, que se refletiu positivamente nos fretes de transporte e envio, não teve lamentavelmente ainda qualquer reflexo no fornecimento das garrafas”.

“De Norte a Sul do País, os produtores de vinho estão a ser confrontados com custos do vidro que estão em média mais de 55% acima dos valores pré-guerra e com alcavalas no seu fornecimento (taxa de energia, valor do transporte e exigência de pagamento antecipado). Se é certo que o custo energético teve um aumento, é inegável que este já está há vários meses a ser aliviado. Estranhamente, não há qualquer reflexo no custo das garrafas“, lê-se num comunicado.

A associação alerta ainda para o facto de continuar a “escassez de muitos modelos de garrafas”, no sentido inverso de outros países vinícolas “concorrentes”. Isto, acrescenta a ANCEVE, “tem obrigado os produtores a alterarem constantemente procedimentos e rotulagem, para adaptarem a sua produção aos modelos disponíveis, o que afeca gravemente a consistência das suas estratégias comerciais e de marketing”.

“De acordo com dados divulgados pelo Instituto da Vinha e do Vinho, Portugal produziu na última vindima cerca de 688 milhões de litros de vinho. Sendo que a maior parte do vinho Português é engarrafado, é bom de ver não só a importância que o vidro tem para este setor, mas além disso, como o vinho é o principal exportador de vidro português para os quatro cantos do mundo. Para muitos produtores, sobretudo os que se posicionam em segmentos mais competitivos, o aumento do custo do vidro, que não tem paralelo noutros países, deixa-os dramaticamente fora do mercado”, é ainda escrito.

Assim, a ANCEVE pede ao Governo que “estabeleça urgentemente uma plataforma de diálogo, para que, sob o seu alto patrocínio, representantes dos sectores do vinho e do vidro possam analisar a situação e procurar a forma mais eficaz de abordar e resolver este gravíssimo problema”.