22 de maio de 2017 Um produto alimentar eco-inovador, combinando medronhos, amoras silvestres e algas, foi produzido por uma equipa de estudantes de mestrado da Faculdade de Ciências de Coimbra, com a colaboração da Escola Superior Agrária de Coimbra. Semelhante a uma gelatina com polpa, o novo produto alimentar, denominado gratô, é 100% natural, sublinham os seus criadores, uma equipa de alunos do mestrado em biodiversidade e biotecnologia vegetal da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). A ideia de criar «um novo produto alimentar que pudesse ser ingerido por todos – crianças e adultos, intolerantes à lactose e ao glúten, vegetarianos, diabéticos, etc. –, surgiu num roadshow realizado no âmbito de uma parceria entre a Universidade de Coimbra (UC) e a PortugalFoods, promovida pelo gabinete do vice-reitor para a investigação e inovação, Amílcar Falcão», refere uma nota da UC, enviada hoje à agência “Lusa”. O gratô consiste num «combinado de fruta e algas 100% natural e de origem vegetal», salientam Daniela Pedrosa, Isabel Cardoso e Nádia Correia, as estudantes envolvidas no projeto. «O medronho é o ingrediente principal porque queremos promover o consumo deste fruto, com muito potencial, mas pouco explorado além dos licores. Contém também amora silvestre e algas marinhas, nomeadamente grateloupia turuturu e undaria pinnatifida (vulgarmente conhecida como wakame)», descrevem as mestrandas, citadas pela UC. «A introdução das algas no combinado é uma mais-valia relevante do ponto de vista nutricional porque são muito ricas em iodo (essencial para o desenvolvimento cognitivo em crianças) e em fibras alimentares», salientam. As autoras do gratô adiantam ainda que querem promover uma alimentação saudável e, por isso, o combinado «não tem na sua composição açúcares refinados, tem apenas o açúcar natural das frutas e uma pequena porção de stevia (adoçante natural)». Para a produção do novo combinado alimentar, as estudantes contaram com a orientação dos professores Leonel Pereira, especialista da FCTUC em macroalgas marinhas, que conduziu a escolha, identificação e recolha das algas, e de Goreti Botelho, da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), que guiou todas as etapas da confeção. O gratô, em fase de protótipo, já foi apresentado numa feira agroalimentar e a reação dos consumidores que experimentaram «foi extremamente positiva, incentivando-nos a colocar o produto no mercado», referem as alunas da FCTUC, revelando que já estão «em contacto com algumas empresas do setor», que manifestam interesse em comercializar o produto. Falta ainda, no entanto, «realizar mais testes, mas, se tudo correr como previsto, o gratô poderá estar na mesa dos portugueses dentro de um ano», preveem. Na sexta-feira, as estudantes vão disputar a final nacional do Ecotrophelia, um concurso de âmbito internacional promovido pela PortugalFoods e Federação das Indústrias Portuguesas Agro Alimentares (FIPA), para «premiar a inovação do meio académico no setor agroalimentar». Se o projeto vencer a final nacional, o gratô será apresentado na Ecotrophelia Europa 2017, que decorre em 21 e 22 de novembro em Londres. |