Investigadores da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia desenvolveram um estudo que culminou com a elaboração de um mapa digital que representa a pressão e as consequências do sistema de produção de alimentos no ambiente e no clima.
“Nunca ninguém fez isto e mapear tudo foi uma tarefa gigantesca”, disse à New Food Magazine o investigador Daniel Moran, que trabalha no departamento de Energia da já referida universidade da Noruega. Referiu ainda que os processos de produção, como temos nos dias de hoje, “são a maior ameaça à diversidade biológica e um dos piores aceleradores da crise climática”.
Daniel Moran referiu no entanto, que “as consequências ambientais são de grande variedade, mas ganhando mais conhecimento sobre estes impactos negativo é possível alcançar uma produção alimentar mais positiva para o ambiente”. Moran, que liderou a pesquisa colaborou com 16 investigadores de diferentes locais, incluindo a Universidade de Leeds, em Inglaterra, e a Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, EUA.
Sem conseguir identificar os países com menor pegada ambiental, pois existem “países muito pobres que vivem com escassez de comida e fome”, os investigadores conseguiram identificar cinco grandes culpados, responsáveis por quase metade do impacto ambiental da indústria alimentar: China, Índia, EUA, Brasil e Paquistão.
Da semente ao pão, do nascimento do animal até chegar como alimento ao consumidor, os responsáveis pelo estudo consideraram também o “ciclo de vida” dos alimentos, além dos vários tipos de pressão da produção no planeta, como as emissões de CO2, consumo de água, poluição e destruição de habitats.
Para isso, conseguiram 99% da informação de toda a produção de comida em terra e água que foi reportada em 2017.
Explica a New Food Magazine, citando o estudo, que 90% da produção alimentar tem como local apenas 10% da área de terra do planeta, com a produção de lacticínios e carne a ocuparem cerca de 25% das terras agrícolas.
Daniel Moran esteve presente no COP 27 (Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas), no Egito, e mostra-se satisfeito ao ver que o projeto em que esteve envolvido “já foi colocado em uso”.
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