Dia Mundial da Alimentação
Com o aparecimento da COVID-19 – que obrigou ao encerramento temporário dos ginásios numa fase inicial, obrigatoriedade de distanciamento social e, nos casos de infeção positiva, isolamento profilático obrigatório – muitos portugueses admitem ter deixado de praticar exercício físico de forma regular, e descurar largamente a sua alimentação. Um descuido que pode ter consequências graves na população que apresenta uma predisposição elevada para a obesidade.
Conhecer o seu perfil genético através de uma análise nutrigenética avançada pode revelar-se um aliado muito importante na manutenção de um corpo mais saudável, que nos faça sentir bem com o nosso interior, e na prevenção do aumento de peso e obesidade. Diversos estudos comprovaram que pessoas com obesidade obtiveram melhores resultados na perda de peso através da personalização da dieta – adaptando a sua alimentação de acordo com as necessidades nutricionais especificas do seu organismo – comparativamente com as que realizaram planos alimentares genéricos.
E a explicação para estes resultados é muito simples: a nossa genética é única e, como tal, as nossas necessidades nutricionais também. É por isso que o mesmo plano alimentar pode ter resultados excelentes numa pessoa, e não produzir qualquer efeito noutra. Um exemplo real muito comum é a tolerância ao café. Há quem consiga beber vários cafés durante o dia, e dormir bem à noite; e outras pessoas só conseguem beber um ou dois cafés até à hora de almoço, e sentem dificuldades a adormecer durante a noite se ultrapassarem essa média. Isto está relacionado com a nossa genética única, e com a forma como o nosso organismo metaboliza e processa os vários alimentos.
Para saber tudo sobre o impacto da genética na sua alimentação, basta apenas uma simples análise ao sangue ou saliva. A análise NutriHealth, por exemplo, tem-se revelado um verdadeiro guia pessoal e personalizado de nutrição, atividade física, metabolismo e estilo de vida. Este teste de nutrigenética avançado avalia fatores genéticos e ambientais muito importantes para desvendar qual o tipo de alimentação mais recomendada para cada um de nós, com base no nosso ADN. Identifica a quantidade de nutrientes e vitaminas que o seu corpo necessita para funcionar de forma saudável; a capacidade do seu metabolismo processar açucares e gorduras, álcool, cafeína e até a lactose. E revela como adaptar os seus hábitos alimentares através da sua insaciabilidade e sensação de fome, bem como pela sua perceção de sabor doce e amargo.
É, ainda, uma excelente análise para ajudar a prevenir o aumento de peso, na medida em que identifica a predisposição para o desenvolvimento de obesidade e para a dependência de nicotina e álcool, que estão diretamente associados a uma aceleração do envelhecimento. Inclui também indicação do tipo de treino mais recomendado para si, se a sua genética revela que tem uma maior predisposição para treino de força (musculação), de resistência (cardiovascular) e o seu risco de lesões.
É importante não confundir a análise nutrigenética com a intolerância alimentar. A Intolerância alimentar avalia a resposta do sistema imunitário face a determinados alimentos, indicando a necessidade de limitação do seu consumo (ou eliminação temporária da dieta) quando fica comprovada a reatividade do nosso organismo a esse alimento. Quando dizemos que um alimento nos caiu mal, estamos normalmente a falar de uma intolerância alimentar. A análise nutrigenética determina que alimentos deve incluir ou evitar no seu plano alimentar, em função do seu perfil genético. Os dois testes são complementares e permitem melhorar a saúde através da alimentação.
Acredito que, a longo prazo, a nutrigenética pode revelar-se a única maneira de otimizar a nutrição para atingir um estado de saúde ótimo, bem-estar e promover a desaceleração da deterioração associada ao processo de envelhecimento.
Artigo de Opinião de Rita Verdasca, nutricionista nos Laboratórios SYNLAB