Dois projetos de reabilitação respiratória das regiões autónomas dos Açores e da Madeira foram distinguidos com o Prémio Luísa Soares Branco, na sessão conjunta da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) e da Respira, no âmbito do 38.º Congresso da SPP. A cerimónia aconteceu no último dia do congresso, que se realizou entre os dias 10 e 12 de novembro, no Algarve.
O vencedor da 2.ª edição do Prémio Luísa Soares Branco foi o projeto “Reabilitação Respiratória Pediátrica em contexto de pandemia – Telecinesiterapia Respiratória e visitação domiciliária”, da equipa da Unidade de Saúde da ilha de São Miguel. O projeto nasceu com o intuito de melhorar a acessibilidade aos programas de Reabilitação Respiratória por parte das crianças que, como consequência da pandemia, ficaram privadas destes cuidados. Tem subjacentes os objetivos de reduzir as agudizações da patologia respiratória e os internamentos hospitalares evitáveis, levando à melhoria da qualidade de vida das crianças e redução de custos em internamentos hospitalares.
“A pandemia trouxe novas necessidades, motivando o início da visitação domiciliária com a implementação de programas de reabilitação respiratória na casa das crianças com risco elevado de agravamento da sua doença respiratória e consequente internamento hospitalar”, explica Elisabete Lima, enfermeira e coordenadora da equipa, composta por sete elementos. Em 2021, com o programa implementado, verificou-se uma significativa redução nos internamentos de crianças, a rondar os 75%. “Este prémio motiva-nos a continuar a fazer sempre mais e melhor em prol da saúde das nossas crianças”, acrescenta a responsável.
Foi ainda atribuída uma Menção Honrosa ao projeto “Reabilitação Respiratória na Região Autónoma da Madeira – Um Projeto com Futuro”, da equipa do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira (SESARAM, EPERAM), representada por João Carvalho, médico pneumologista. Trata-se de um programa estruturado de reabilitação respiratória na Região Autónoma da Madeira (RAM), pensado para promover comportamentos e cuidados a longo prazo que melhorem a saúde dos doentes. Facilitar o acesso da pessoa com patologia respiratória a um programa de reabilitação respiratória, assim como habilitar o doente a lidar com o tratamento e prevenir complicações decorrentes da sua doença, são os principais objetivos do projeto.
De acordo com João Carvalho, médico pneumologista, “A Menção Honrosa foi importante para o nosso projeto, porque mostra e comprova à nossa equipa que estamos no caminho certo para melhorar os cuidados, neste caso de reabilitação respiratória, aos utentes com patologia respiratória.” O especialista acredita ainda que “Este tipo de iniciativas é de grande importância, uma vez que promove um estímulo para que os profissionais de saúde se dediquem mais à área de investigação e que mais projetos sejam realizados em Portugal.”
O Prémio Luísa Soares Branco é uma iniciativa promovida pela Associação Respira e pela Linde Saúde. Distingue projetos de instituições públicas ou privadas que se destaquem na prestação de serviços e cuidados de saúde a doentes respiratórios crónicos, em particular pessoas com Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC).