Os refrigerantes não só apresentam “resquícios de fruta”, como “não se compatibilizam com uma dieta saudável” e estão “repletos de aromas e aditivos alimentares”, garantiu esta terça-feira (19) a Deco Proteste.
“Bem apresentados na forma, mas, no conteúdo, plenos de antioxidantes, acidificantes, reguladores de acidez e edulcorantes”. A conclusão é da Deco Proteste, após analisar um total de 28 refrigerantes de sumo de morango, laranja, pêssego, manga, maracujá, limão, multifrutos e tropical.
A mensagem é clara: “os refrigerantes testados só têm lugar em ocasiões raras”, uma vez que “o açúcar até pode ser reduzido, mas graças ao uso pouco desejável de edulcorantes”. Para lá de estarem “repletos de aromas e aditivos alimentares – como corantes, estabilizadores e conservantes –, a quantidade de fruta, proveniente de concentrados ou de purés e polmes, é, no máximo, de 20%”, avança a Associação para a Defesa do Consumidor.
Neste cenário, “os refrigerantes não se compatibilizam com uma dieta saudável”. Uma vez que “se os teores de açúcares não são muito expressivos, isso deve-se, parcialmente, à inclusão de edulcorantes, como a sucralose e o acessulfame K, ambos aditivos pouco recomendáveis”, garante.
A base informativa de análise foi o rótulo dos produtos, cruzado com o algoritmo do Nutri-Score, o tamanho e valor nutricional de cada porção, a lista de ingredientes, dos aditivos e do grau de transformação do produto.
Interesse nutritivo “é quase nulo”
Numa análise mais segmentada dos refrigerantes, não revelados, compreende-se que 12 deles incluem sucralose e acessulfame K, edulcorantes que, de acordo com a sua calculadora de aditivos, “pouco têm de recomendável”. Alguns “contêm corantes e estabilizadores, e todos adicionam aromas e são obtidos a partir de concentrados”.
Os restantes produtos testados “são uma fonte calórica, graças aos açúcares”, uma vez que, por 100 mililitros, apenas contêm 27 quilocalorias. Porém, “ao beber 330 mililitros, alcançam-se quase 90 quilocalorias”.
No que aos teores de açúcares diz respeito, em média, representam 6,4 gramas por 100 mililitros, o que a Deco considera não ser “exagerado”. Contudo, informa que há produtos a atingir as 14 gramas, “o que leva a que a quantidade de açúcares ingerida seja, por vezes, elevada: 46 gramas numa embalagem de 330 mililitros”.
Em jeito de conclusão, assegura que “um refrigerante não tem relevância nutritiva” e, dos 28 analisados, “apenas num par se consegue entrever alguma importância alimentícia”. Nos restantes, refere, “o interesse é quase nulo, em especial nos refrigerantes com mais aditivos e ingredientes ultraprocessados”.