Um estudo, do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), publicado na revista “Eating and Weight Disorders – Studies on Anorexia, Bulimia and Obesity” concluiu que existem lacunas no conhecimento que os portugueses têm sobre a obesidade.
O trabalho, denominado por “Obesity-related knowledge and body mass índex: a national survey in Portugal“, é da autoria de Ana Azevedo, Nuno Lunet, Pedro Moura Ferreira e Isabel Carmo.
A investigação contou com a colaboração do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL), e vai ser compilada no livro “A Informação sobre saúde dos Portugueses: Fontes, Conhecimentos e Comportamentos”, organizado por Pedro Moura Ferreira, investigador do ICS-UL e Nuno Lunet e Susana Silva, investigadores do ISPUP.
Os investigadores avaliaram o conhecimento que os portugueses têm sobre a obesidade, que representa um fator de risco para o surgimento de outras doenças crónicas como a diabetes mellitus, patologias cardiovasculares e vários tipos de cancro.
Para isso, recolheram informação relativa aos conhecimentos sobre a prevalência, a importância da atividade física, o número de calorias, a localização da gordura, as causas, a diagnóstico, o tratamento e as consequências da obesidade, num questionário aplicado a 1624 indivíduos, com idades compreendidas entre os 16 e os 74 anos, residentes em Portugal Continental.
Verificou-se que a maioria dos portugueses reconhece os benefícios da prática de atividade física, o impacto da falta de exercício na obesidade abdominal e as consequências do excesso de peso, independentemente do IMC que apresentam.
Contudo, foram detetadas algumas lacunas de conhecimento relativamente à prevalência da obesidade, ao número de calorias que devem ser ingeridas diariamente e ao diagnóstico da doença, nomeadamente no cálculo do IMC.
Só um terço dos participantes conseguiu responder corretamente a estes parâmetros.
Constatou-se também que os que apresentam um IMC dentro dos valores normais conhecem melhor como se realiza o seu cálculo e a correspondência entre valores de IMC e respetivas categorias, assim como quantas calorias um adulto saudável deve ingerir diariamente.
Já as pessoas com obesidade são as que mais frequentemente identificam de forma correta os produtos naturais e os suplementos como não sendo o tratamento mais adequado para o excesso de peso.
Concluiu-se que um maior conhecimento não se traduz necessariamente num índice de massa corporal (IMC) mais saudável.
Os investigadores reforçam a importância dos programas de saúde pública analisarem em que medida existe uma ligação entre conhecimento adquirido e adoção de comportamentos saudáveis.
Pode consultar o estudo aqui.