As famílias portuguesas perderam poder de compra face à inflação, com 62% a demonstrar dificuldades perante ao aumento dos preços dos produtos do grande consumo, como os produtos alimentares e os bens essenciais.
De acordo com um estudo da Kantar para a Centromarca, 43% dos portugueses revelam que se deslocam com maior frequência a superfícies de retalho alimentar à procura de produtos mais baratos. “A inflação está a ter um impacto crescente na carteira das famílias portuguesas, obrigando-as a adaptar-se a uma redução do seu poder de compra”, explica o diretor-geral da Centromarca, Pedro Pimentel, citado pelo Jornal Económico.
Entre 2019 e 2022, o valor gasto em alimentação aumentou em 77 euros, com uma “cesta básica” de produtos essenciais a custar mais 10 euros por mês e a representar um impacto de 189 euros por ano. “O aumento do preço nesta cesta básica foi ultrapassado com novas escolhas pelo comprador, sendo que 45% do aumento” demonstra mudanças nas escolhas dos compradores”, explica Marta Santos, sector director da Kantar.
Bastonária defende criação de sistema que sinalize situações de insegurança alimentar
Num artigo de opinião assinado no Público, a bastonária da Ordem dos Nutricionistas (ON), Alexandra Bento, defendeu um novo sistema que sinalize “situações de insegurança alimentar para garantir o acompanhamento precoce de famílias em risco”, instando o governo a equacionar a “redução do IVA nalguns produtos de primeira necessidade”, facilitando às famílias o acesso a “um conjunto de alimentos essenciais”.