Portugal tem 2.500 novos casos/ano de cancro da cabeça e pescoço 759

26 de Fevereiro de 2016

O coordenador da Clínica de Cabeça e Pescoço do IPO-Porto, Jorge Guimarães, disse ontem no Porto que anualmente surgem em Portugal cerca de 2.500 novos casos de tumores na cabeça e pescoço, 85% dos quais em fumadores ou ex-fumadores.

Jorge Guimarães falava a propósito de um encontro sobre esta temática que se realiza sexta-feira e sábado e que leva ao IPO-Porto um dos «maiores especialistas do mundo» na área do tratamento e investigação do cancro da cabeça e pescoço.

Jatin Shah é o diretor do Serviço de Cabeça e Pescoço do Memorial Sloan Kettering Cancer Center (considerado o maior centro de investigação desta patologia) e coordenador da equipa multidisciplinar de médicos e especialistas que tratou o caso mediático do Michael Douglas.

O coordenador da Clínica de Cabeça e Pescoço do IPO-Porto disse à “Lusa” que no encontro será discutida a importância de referenciação destes doentes para uma equipa médica especializada e multidisciplinar, como fazem os melhores do mundo.

Em destaque estará também, segundo Jorge Guimarães, «o reforço de procedimentos de deteção precoce da doença e de promoção da prevenção e os tratamentos, com abordagem de casos clínicos concretos».

«Receber no IPO-Porto estes especialistas vai permitir uma partilha de conhecimento excecional que será com certeza um passo importante para inovarmos cada vez mais no tratamento e investigação do cancro da cabeça e pescoço», sublinhou o responsável.

A médica Nancy Lee (radio-oncologista), e o cirurgião plástico Peter Cordeiro são outros especialistas do MSKCC que se juntam aos profissionais do IPO-Porto na iniciativa “Current Concepts in Head and Neck Cancer – It takes a team: treating Head na Neck Cancer”.

Em Portugal, de acordo com os últimos dados disponíveis (2012), a incidência de carcinoma da cabeça e pescoço foi de 50 novos casos por ano na população masculina, por 100 mil habitantes, e de 16 novos casos por ano na população feminina, com taxas de mortalidade de 19 e 3, respetivamente.