Um relatório divulgado pelo European Heart Network indica que Portugal está entre os países da União Europeia com “maior nível de inatividade física”. Segundo um dos responsáveis da pesquisa, esta é uma condição que “aumenta em 20% o risco de doença cardiovascular”.
Romeu Duarte, consultor da Organização Mundial de Saúde para a atividade física e investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), frisou que “temos evidência científica de que a atividade física é fundamental para prevenir e tratar as doenças cardiovasculares, mas depois temos um fosso gigantesco para a promoção e implementação de políticas públicas”.
O relatório, desenvolvido durante o último ano e meio pela European Heart Network – consórcio de organizações europeias dedicadas à promoção de estilos de vida saudáveis e combate às doenças cardiovasculares – compila evidência científica sobre a importância da atividade física na prevenção de doenças e faz um retrato, individual e generalizado, da maioria dos países europeus.
Segundo Romeu Mendes, o documento indica que em termos de inatividade física, Portugal se encontra em “terceiro ou quarto lugar no topo dos países da União Europeia com maiores níveis”, sublinhando que “as doenças cardiovasculares são responsáveis na Europa por cerca de metade de todas as mortes, estamos a falar em algo como 3,9 milhões de mortes na Europa e a inatividade física aumenta o risco da doença cardiovascular em 20%”.
O relatório, intitulado Physical activity policies for cardiovascular health, além de caracterizar a inatividade física de vários países europeus, sugere também a aplicação de “políticas públicas”. À Lusa, o investigador do ISPUP avançou que no seguimento da publicação do documento, a Organização Mundial de Saúde emitiu um comunicado, onde salienta a importância do documento “principalmente para os formuladores de políticas”.