18 de fevereiro de 2017 O bypass gástrico é a cirurgia para perder peso mais comum em Portugal. Das 1.952 cirurgias bariátricas realizadas no país no ano passado, a mais efetuada foi o bypass gástrico (712), seguido da gastrectomia em sleeve (667). Em terceiro lugar surge o minigastric bypass (147) e só em quarto a banda gástrica (8), de acordo com os dados apresentados na 14.ª edição do congresso B.E.S.T. – Bariatric Endoscopy Surgery Trends, organizado pela Academia CUF e pelo Hospital CUF Infante Santo. Já na Europa, onde foram realizadas 228.944 cirurgias contra a obesidade no ano passado, é atualmente a gastrectomia em sleeve que lidera (104.133). Em segundo lugar surge o bypass gástrico (48.850), em terceiro o minigastric bypass (19 539) e só em quarto a banda gástrica (9.750). Para o especialista que apresentou o estudo, Luigi Angrisani, ex-presidente da International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders (a sociedade mundial de cirurgia para tratamento da obesidade), «a razão mais provável para que a gastrectomia em sleeve, uma operação relativamente recente e mais simples (embora também menos eficaz), tenha ultrapassado o Luigi Angrisani gástrico em Y de Roux, que continua a ser considerado o gold-standard da cirurgia da obesidade, parece prender-se com a simplicidade de execução técnica que a torna mais atrativa para mais cirurgiões». Uma opinião partilhada por Carlos Vaz, coordenador do Centro de Tratamento Cirúrgico da Obesidade e Diabetes Tipo 2 do Hospital CUF Infante Santo: «A gastrectomia é uma operação mais simples do que o bypass e mostra ser mais eficaz e dar menos complicações do que a banda, que chegou a ser a mais realizada na Europa. Tornou-se popular por causa disso». Para 70% a 80% dos doentes, prossegue, o bypass é a melhor opção, «o que quer dizer que se calhar há muitos doentes que foram prejudicados na opção», mas que provavelmente foram operados com maior rapidez, porque, como é uma cirurgia mais simples, há mais cirurgiões a fazê-la. Luigi Angrisani destaca que «Portugal é um dos poucos países do mundo em que o “bypass gástrico em Y de Roux”, a operação que continua a ser considerada a que melhor relação risco/benefício apresenta para os doentes, se mantém como a mais realizada», o que, para o médico, está relacionado com «uma certa centralização da cirurgia da obesidade em Portugal, o que garante equipas cirúrgicas mais treinadas e experientes em procedimentos mais complexos», noticiou o “DN”. |