17 de Maio de 2016 Portugal deverá manter a posição de abstenção quanto à análise da Comissão Europeia sobre o uso de glifosato, um produto para eliminar ervas daninhas, informou hoje o ministro da Agricultura, em Bruxelas. À margem de um conselho de ministros da Agricultura, a decorrer em Bruxelas, Capoulas Santos referiu que Portugal deverá manter a abstenção «sem prejuízo das medidas já tomadas e das medidas que possam vir a decorrer do comité de peritos» de quarta-feira. Em causa está a proposta do executivo comunitário de utilizar o glifosato por mais nove anos, mas sem alguns dos co-formulantes considerados cancerígenos. Aos jornalistas portugueses, Capoulas Santos justificou a abstenção indicando que os «dados científicos são contraditórios» e citou o estudo divulgado hoje da Organização Mundial de Saúde que «relativiza os riscos do glifosato». O governante lembrou ainda que há «quatro ou cinco dias atrás» Portugal proibiu o componente taloamina. «Em Portugal essa decisão já foi tomada», afirmou Capoulas Santos, referindo a possibilidade de decidir pela proibição nos «espaços urbanos, nos espaços de lazer a aplicação deste tipo de produtos», citou a “Lusa”. Capoulas Santos indicou que este produto não é aplicado nos alimentos, mas para «combater as ervas». «Em Portugal há novas regras que estão a ser aplicadas desde que este Governo entrou em funções que obriga que todos os aplicadores tenham um curso de formação», comentou Capoulas Santos, informando que cerca de 150 mil agricultores frequentaram a formação para terem cuidado de usar máscaras e para aplicarem o produto em campânula. Este é um produto «importante a muitos empestastes e os custos seriam elevadíssimos se tivessem que recorrer a uma utilização manual», acrescentou. Na véspera da decisão sobre o uso do herbicida, o porta-voz da Comissão Europeia para a Saúde, Enrico Brivio, referiu caber aos Estados-membros a decisão de eventuais restrições a “produtos finais” que contenham glifosato. Brivio confirmou que o comité de peritos da UE (com representantes de cada Estado-membro) vai discutir na quarta-feira de manhã o eventual prolongamento da licença que expira a 30 de junho. O assunto será depois discutido no colégio de comissários, após uma apresentação levada a cabo pelo comissário da Saúde, Vytenis Andriukaitis. Em Portugal, uma petição a favor da proibição do herbicida já reuniu 15 mil assinaturas. |