Nem todos os tipos de embalagens são apropriados para utilização com os alimentos, pelo que a escolha da sua respetiva embalagem pode ter impacto nos produtos consumidos. “Em alguns casos, os produtos químicos podem potencialmente ser transferidos das embalagens para os alimentos através do contacto, o que pode ser prejudicial para os consumidores. Na Europa, todos os materiais que entram em contacto com os alimentos têm de cumprir normas rigorosas”, explicam em comunicado a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) e a ASAE.
A discussão desta temática faz parte das iniciativas da segunda edição da “campanha #EUChooseSafeFood, que tem como objetivo ajudar os consumidores a tomar decisões informadas sobre as escolhas alimentares diárias, oferecendo informação prática e acessível que os consumidores podem utilizar quando compram e consomem alimentos – desde ajudar a ler os rótulos e a compreender os aditivos, até fornecer conselhos sobre a preparação e armazenamento de alimentos”.
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As entidades explicam que “a forma como acondicionamos os nossos alimentos é importante, pois protege-os dos microrganismos, facilita o seu armazenamento e prolonga o seu prazo de validade. Também melhora a higiene e é mais adequado para as pessoas comprarem, venderem e manusearem os alimentos”. Na embalagem dos alimentos é utilizada uma variedade de materiais diferentes, tais como plástico, cartão, metal ou vidro. “Mas será seguro consumir alimentos armazenados em todos estes materiais?”, questionam a EFSA e a ASAE.
Filipa Melo de Vasconcelos, Subinspetora-Geral da ASAE, explica que “certos tipos de embalagens podem conter produtos químicos que podem ser prejudiciais se forem absorvidos pelos alimentos. Assim, é vital que todos os materiais de embalagem, como recipientes, equipamento de cozinha, talheres ou pratos, que se destinam a entrar em contacto com os alimentos, sejam verificados, pois pequenos vestígios de químicos podem migrar dos materiais para os alimentos. Este é o caso de todas as embalagens, independentemente do material de que são fabricadas”.
Para garantir que qualquer potencial transferência para os alimentos não suscite preocupações de segurança, os cientistas avaliam os riscos para os consumidores. O risco “pode depender dos químicos utilizados nas embalagens e materiais, mas também das condições de conservação como temperatura e humidade, e da exposição dos consumidores”, lê-se.
Os regulamentos da União Europeia, baseados na ciência, “garantem que a composição dos alimentos não é alterada e que o sabor e o odor dos alimentos não são afetados negativamente. Os cientistas europeus estão constantemente a avaliar e a aconselhar sobre os riscos para os consumidores decorrentes da presença de substâncias químicas nos alimentos através de materiais em contacto com os alimentos, sendo, por isso, seguro consumir todos os alimentos embalados”, concluem as entidades.