A Direção-Geral da Saúde (DGS) alertou na quinta-feira (21) a população para se prevenir contra uma situação de fraca qualidade do ar esta sexta-feira e sábado devido a uma massa proveniente do norte de África com poeiras em suspensão.
Numa nota divulgada ao final da tarde, a DGS explica que uma massa de ar proveniente dos desertos do norte de África, que transporta poeiras em suspensão, está prevista atravessar Portugal Continental durante os dias 22 e 23 de março.
Devido a esta ocorrência, a DGS prevê “a ocorrência de uma situação de fraca qualidade do ar no continente, registando-se um aumento das concentrações de partículas inaláveis de origem natural no ar, afetando, nomeadamente, as regiões do Alentejo e Algarve e o interior da região centro.
“Este poluente (partículas inaláveis – PM10) tem efeitos na saúde humana, principalmente na população mais sensível, crianças e idosos, cujos cuidados de saúde devem ser redobrados durante a ocorrência destas situações”, adverte a DGS, cita a Lusa.
Assim, a DGS recomenda à população para não fazer esforços prolongados, limitar a atividade física ao ar livre e evitar a exposição a fatores de risco, tais como o fumo do tabaco e o contacto com produtos irritantes.
Os grupos de cidadãos mais vulneráveis, como crianças, idosos ou pessoas com problemas respiratórios crónicos e foro vascular, para além de cumprirem as recomendações para a população em geral, “devem, sempre que viável, permanecer no interior dos edifícios e, preferencialmente, com as janelas fechadas.
Os doentes crónicos devem manter os tratamentos médicos em curso e em caso de agravamento de sintomas ligar para a linha Saúde 24 (808242424).
Para informação adicional sobre a qualidade do ar e os valores medidos nas estações de monitorização, pode ser consultada a página da internet da Agência Portuguesa do Ambiente ou a App QualAr.
Concentração de pólen no ar deverá
A previsível subida da temperatura a partir desta sexta-feira deverá afetar a polinização das plantas, levando a um nível elevado de concentração de pólen no ar em todo o país, exceto na Madeira e nos Açores.
A previsão é da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) e diz respeito à semana de 22 a 28 de março. O Boletim Polínico desta associação é especialmente importante para os doentes alérgicos ao pólen.
Em comunicado, a que a Lusa teve acesso, a SPAIC indica que se prevê que, durante os próximos sete dias, a concentração de pólen no ar atinja um “nível moderado a elevado” em Vila Real (região de Trás-os-Montes e Alto Douro), no Porto (região de Entre Douro e Minho), em Coimbra (região da Beira Litoral), Castelo Branco (região da Beira Interior), Lisboa (região de Lisboa e Setúbal), Évora (região do Alentejo) e Faro (região do Algarve).
No Funchal (região autónoma da Madeira) e em Ponta Delgada (região autónoma dos Açores) a concentração de pólen na atmosfera estará num “nível baixo”.
A associação assinala, no entanto, que a partir de segunda-feira “está prevista uma descida considerável da temperatura, assim como a ocorrência de chuva e aguaceiros, baixando a carga polínica no ar, devido ao efeito de ‘lavagem da atmosfera’, que é provocado pela precipitação”.
No Boletim Polínico, a SPAIC precisa que, em Vila Real serão predominantes os pólenes das árvores cipreste, pinheiro e plátano e também das ervas gramíneas (por exemplo capim, relva e cereais, como o trigo e a cevada) e urticáceas (incluem plantas com flor e pelos que causam sensação na pele semelhante à das urtigas).
Na atmosfera do Porto predominarão os grãos de pólen das árvores cipreste, plátano, pinheiro, carvalhos e sobreiro e das ervas gramíneas e urticáceas, enquanto em Coimbra o pólen é principalmente o das árvores cipreste, plátano, pinheiro, carvalhos, sobreiro e azinheira, assim como “das ervas gramíneas, azeda, urtiga e urticáceas (inclui parietária)”, acontecendo o mesmo em Castelo Branco, em Lisboa e em Faro.
Em Évora serão predominantes os “grãos provenientes das árvores cipreste, plátano, pinheiro, sobreiro e azinheira” e “das ervas gramíneas, azeda, urtiga e urticáceas (inclui parietária)”.
No Funchal e em Ponta Delgada as principais responsáveis pelo pólen são as árvores cipreste, pinheiro e plátano e as ervas gramíneas e urticáceas.