Para assinalar o Dia Internacional do Desporto para o Desenvolvimento e a Paz, que se comemora esta quarta-feira, dia 6 de abril, foi divulgado o relatório do Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física (PNPAF), da Direção-Geral da Saúde (DGS), relativo a 2021.
O documento resume os dados da atividade física (AF) em Portugal e faz um ponto de situação sobre as principais estratégias para a promoção da AF implementadas no último ano, bem como das ações e estratégias previstas para o próximo ciclo.
Este relatório, que se baseia no estudo REACT COVID 2.0, feito em parceria com o Instituto de Saúde Ambiental da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, mostra que os portugueses aumentaram os seus níveis de atividade física no ano passado, com mais de metade (54,3%) a apresentar níveis adequados de atividade física para a promoção da saúde, valores que melhoraram relativamente ao primeiro ano da pandemia.
De acordo com os dados do estudo, 54,3% dos inquiridos apresentam níveis adequados de atividade física para a promoção da saúde, um aumento relativamente aos 46% apurados em 2020.
“O inquérito populacional aos hábitos de atividade física e alimentares da população portuguesa, um ano depois do início da pandemia por covid-19, parece apontar para uma tendência de melhoria dos níveis de AF da população (54,3% reporta níveis adequados de atividade física para a promoção da saúde, vs. 46% em 2020)”, aponta o documento.
Contudo, aumentou o tempo sedentário, de sete ou mais horas por dia, de 38,9% para 46,4%.
“A prevalência de portugueses adultos que atingiam as recomendações de atividade física era de 46%; contudo, quase a mesma proporção (46,4%) afirmava passar 7 horas ou mais por dia em tempo sentado”, indica o relatório.
Os resultados sugerem que a atividade física e o comportamento alimentar parecem influenciar-se mutuamente, “o que sublinha a importância de uma abordagem integrada na promoção destes comportamentos”, que deve ter em conta o género, a idade e a situação socioeconómica.
Os dados do estudo mostram também que ser mulher, ter idade inferior a 45 anos e perceção de má situação financeira e de saúde está associado a um aumento do risco de menores níveis de atividade física e de mudança para um perfil alimentar pior. Por outro lado, ser homem, ter mais de 46 anos e ter boa perceção do seu estado de saúde está associado a maiores níveis de atividade física e manutenção de bom perfil alimentar.
Comparativamente ao período pré-pandemia, 41,5% dos inquiridos considera que o seu volume de atividade física era inferior, 42,4% dizem que era igual e 16% que era superior. A caminhada, o treino de força, as atividades de fitness e a corrida, foram as atividades preferidas dos inquiridos.
“De entre as atividades mais praticadas destacam-se a caminhada, seguida pelas atividades de fitness, treino de força e corrida (estas últimas duas significativamente mais adotadas pelos homens). Quanto às atividades do dia a dia, as tarefas domésticas continuam a prevalecer nas mulheres (84,7% vs. 46,3% nos homens) e o subir e descer escadas como forma de se manter ativo é reportado por cerca de 62% dos inquiridos, uma opção que ganhou força no confinamento (50%) e parece ter vindo para ficar”, indica o relatório.
De acordo com o documento, 36,8% dos inquiridos reportaram ter mudado os seus hábitos alimentares em comparação com o período pré-pandemia. Destes, 58,2% consideraram ter mudado para melhor e 41,8% para pior.
Pode consultar o documento, aqui.