Peixe com alto nível de mercúrio aumenta risco de esclerose lateral amiotrófica 809

21 de fevereiro de 2017

Comer peixe e marisco com altos níveis de mercúrio pode aumentar o risco de esclerose lateral amiotrófica (ELA), segundo um estudo preliminar publicado hoje pela Academia de Neurologia dos Estados Unidos.

A causa exata para aquele tipo de esclerose desconhece-se, mas alguns estudos anteriores sugerem que o mercúrio poderá ser um fator de risco para a doença.

Nos Estados Unidos, a principal fonte de exposição ao mercúrio é comer peixe contaminado com o metal neurotóxico.

A ELA, conhecida também como a doença de Lou Gehrig, é uma doença do sistema nervoso que ataca a células nervosas, que estão no cérebro e na espinhal medula e que não tem cura.

Para elaborar o estudo, os investigadores questionaram 518 pessoas, 294 das quais com a doença e 224 sem a doença, sobre o seu consumo de peixe e marisco.

Os cientistas concluíram que, entre os participantes que comeram peixe e marisco regularmente, os que estavam nos 25% dos que consumiram mais mercúrio tinham o dobro do risco de sofrer da doença, do que aqueles que tinham ingerido menos quantidades de metal.

Os autores salientam que o estudo requer novas investigações e que as suas conclusões «não negam o benefício para a saúde de comer peixe», avançou a “Lusa”.

O estudo sugere que as pessoas devem escolher espécies com menos mercúrio, assim como evitar o consumo de peixe de águas contaminadas com mercúrio.

A Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos Estados Unidos recomenda que as mulheres em idade fértil e as crianças comam entre duas e três vezes por semana peixe, principalmente salmão e sardinhas, que têm baixos níveis de mercúrio e são ricos em nutrientes.

A administração recomenda que se evite comer o peixe-espada e o tubarão.