Parlamento da Venezuela debate declaração de «emergência alimentar» 750

03 de Fevereiro de 2016

A maioria parlamentar formada pela oposição na Venezuela vai debater a declaração da situação de «emergência alimentar» no país na próxima semana, afirmou ontem o porta-voz da aliança de partidos que se opõe ao Governo.

O anúncio, feito em Caracas por Júlio Borges, porta-voz da aliança Mesa de Unidade Democrática e dirigente do partido Primeiro Justiça, ocorre poucos dias depois de o parlamento venezuelano declarar que o setor da saúde está em «emergência».

«Na próxima semana vamos debater para declarar a questão alimentar como um tema de emergência nacional, com medidas concretas para o Executivo», disse Júlio Borges aos jornalistas.

Júlio Borges acrescentou que, nos últimos meses, se agravou a crise de abastecimento de produtos e os que existem estão mais caros.

«Parece que a crise não é com eles [presidente Nicolás Maduro e o seu Governo], apesar de o país inteiro estar à espera de respostas», frisou, citado pela “Lusa”.

Por outro lado, lembrou que na semana passada o parlamento venezuelano declarou «emergência nacional» no setor da saúde e precisou que «os problemas com os medicamentos são urgentes, graves e dolorosos, tal como os dos alimentos».

Com 107 votos contra (da oposição) e 53 a favor, o parlamento venezuelano chumbou a 22 de janeiro o Decreto de Emergência Económica assinado pelo Presidente Nicolás Maduro para enfrentar a crise no país.

Segundo o Governo venezuelano, o decreto tinha como finalidade combater a «guerra económica», «construir uma Venezuela produtiva e independente» e enfrentar a conjuntura adversa suscitada pela queda dos preços do petróleo, a principal fonte de receitas, em moeda estrangeira, do país.

O decreto presidencial teria uma duração inicial de 60 dias prorrogáveis.

Segundo a oposição, a aprovação do decreto de emergência poderia agravar a crise venezuelana, por não abordar com precisão matérias políticas, financeiras e cambiais.