Ao fim de um ano de pandemia e a meio de um segundo confinamento, já é possível avaliar o que mudou em termos de cirurgias e procedimentos estéticos em Portugal. No início do confinamento os hospitais estavam proibidos de fazer cirurgias não urgentes ou que fossem passíveis de ser adiadas, mas a partir do momento em que foi possível retomar as cirurgias, a procura aumentou e muito.
“Com o Covid-19 diminuíram as cirurgias muito invasivas, que precisam de um tempo longo de recuperação, e aumentaram as cirurgias menores e mais rápidas. As pessoas começaram a procurar tratamentos que não tinham tempo para fazer em situações normais. Já que agora estão confinadas, podem recuperar em casa, sem nenhum problema”, explica Luiz Toledo, cirurgião plástico.
Ao nível das cirurgias também se registaram algumas alterações: “durante o confinamento, muitas pessoas passaram a comer mais, por estarem em casa, acumularam excesso de gordura localizada e que agora querem remover com a lipoaspiração”, refere Luiz Toledo. “Ao nível do corpo as mais procuradas foram a lipoaspiração e a lipoescultura e no que se refere à face, as cirurgias que mais se destacaram foram as ligadas à redução de rugas, pálpebras e ao nariz”, acrescenta.
As máscaras e as reuniões online
O aumento de cirurgias e tratamentos na zona do resto deve-se, em grande parte, pela consciencialização de partes do rosto a que normalmente não daríamos tanta importância. A utilização da máscara veio evidenciar os olhos e se há um excesso de pele e gordura nas pálpebras isso fica ainda mais visível com a máscara: “a cirurgia de pálpebras, ou blefaroplastia, é uma cirurgia simples, com uma duração de cerca de 40 minutos, e resolve o problema dando uma aparência mais jovem e descansada”, revela Luiz Toledo.
Por outro lado, as reuniões online, tipo zoom, também colocaram em destaque todo o rosto e com isso a procura por outro tipo de tratamentos. “Com os webinars e ligações em zoom, as pessoas começaram a analisar mais os seus rostos e vieram procurar tratamentos para melhorar a aparência. Muitas vezes o tratamento é apenas não cirúrgico, como o uso de Botox e preenchimentos. Em casos de excesso de gordura no pescoço é preciso uma rápida lipoaspiração e para excesso de pele há necessidade de se retirar esse excesso, fazendo uma ritidoplastia ou plástica de rugas”, acrescenta o cirurgião plástico.