Pais e nutricionistas aplaudem novas regras para cantinas 1418

Pais e nutricionistas concordam com as restrições impostas pelo Despacho publicado a 17 de agosto, que impedem a venda de determinados produtos alimentares, nas cantinas escolares.

O despacho nº 8127/2021 foi publicado pelo Gabinete do Secretário de Estado Adjunto e da Educação, e estabelece as normas a ter em conta na elaboração das ementas e na venda de géneros alimentícios nos bufetes e nas máquinas de venda automática nos estabelecimentos de educação e de ensino da rede pública do Ministério da Educação.

Em declarações à Rádio Renascença (RR), o presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Educadores (CNIPE), explicou que cabe à escola dar o exemplo sobre o que é uma alimentação saudável.

“A CNIPE viu com agrado e até à presente data não chegou nenhuma reclamação. Portanto aquilo que entendemos é que os bons hábitos alimentares devem ser uma preocupação, porque todos nós somos aquilo que comemos e, portanto, deve começar em casa e acabar na escola a darem o exemplo”, indicou Rui Martins.

O presidente da CNIPE acrescenta ainda que “naturalmente que este processo deve ser garantido e complementado junto das famílias em não autorizarem que os alunos saiam das escolas para poder comer”.

Para Nuno Borges, da Associação Portuguesa de Nutrição (APN), o facto de as crianças poderem sair da escola para ir comprar comida pouco saudável noutros locais próximos é um risco, contudo isso não invalida que a escola dê o exemplo.

“É óbvio que isso pode acontecer, mas uma coisa é isso acontecer, outra coisa é a escola dizer que porque isso vai acontecer isto não interessa para nada e deixar andar”, afirmou à RR.

Nuno Borges defende ainda que “a escola tem a obrigação de dar uma orientação relativamente àquilo que será mais saudável ou menos saudável e promovê-lo dentro de portas”.

Até porque o que “se está a pretender combater, ou mitigar, é um conjunto de hábitos alimentares desadequados que nós sabemos hoje que estão indissociavelmente ligados a pior saúde, designadamente mais tarde a obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares. Isso hoje em dia é indiscutível”, concluiu.