Organizações não-governamentais vão distribuir, esta segunda-feira, preservativos e realizar rastreios a infeções sexualmente transmissíveis, para assinalar o Dia Internacional do Preservativo e sensibilizar a população para a importância do seu uso na prevenção destas infeções.
A Liga Portuguesa Contra a SIDA (LPCS), a mais antiga entidade na área da prevenção da sida em Portugal e a Junta da Misericórdia de Lisboa, promovem a campanha de incentivo à utilização do preservativo “Nunca te esqueças do Topping” que decorre na segunda-feira, Dia Internacional do Preservativo, e na terça-feira, Dia dos Namorados.
A LPCS refere em comunicado que, através da distribuição de postais e de preservativos femininos e masculinos de forma gratuita pretende “informar os mais jovens e menos jovens sobre como é importante não esquecer o uso do preservativo, prevenindo assim as infeções sexualmente transmissíveis”.
A presidente da Liga, Maria Eugénia Saraiva, citada no comunicado, afirma que a LPCS pretende continuar a sensibilizar para os comportamentos mais seguros e para relações protegidas, bem como angariar fundos para dar continuidade aos seus projetos.
A data também vai ser assinalada esta segunda-feira no Largo do Intendente, em Lisboa, pelo GAT – Grupo de Ativistas em Tratamento, com animação de rua, distribuição de preservativos e rastreios rápidos, gratuitos e anónimos ao VIH, sífilis, hepatite B e hepatite C. O GAT junta-se à sua parceira internacional AIDS Healthcare Foundation, organizando em Lisboa um dos vários eventos comemorativos “Sempre na Moda”, que ocorrerão simultaneamente em 45 países.
Para o diretor executivo do GAT, Ricardo Fernandes, “defender o uso do preservativo é mais vital do que nunca”, elucidando que mais de um milhão de infeções sexualmente transmissíveis são reportadas diariamente no mundo, o que “está muito atrás das metas de prevenção do VIH definidas pela ONUSIDA”.
“Portugal continua a ser o país da Europa Ocidental com mais casos de infeção pelo VIH por 100.000 habitantes, mas podemos virar a página, trabalhando para garantir que toda a gente possa ter acesso a preservativos, um dos vários métodos de prevenção existentes, independentemente de onde vivam. No interior ou no litoral, em Portugal como no estrangeiro”, salientou.
Em 2019, o total nacional de preservativos distribuídos foi de 5.500 milhões, sendo que em 2022 foi de 3.739 milhões. “Embora este número represente um aumento em relação a anos anteriores (2020/2021), está ainda assim longe dos valores pré-pandemia que já se demonstravam insuficientes para as necessidades nacionais”, refere o GAT.
Ricardo Fernandes defende que “as organizações comunitárias precisam de mais apoios e o Estado deveria fazer um maior esforço na disponibilização gratuita desta forma de prevenção”. “É inaceitável que o preservativo não seja disponibilizado de forma acessível e consistente nas escolas e nas prisões, bem como em outros contextos de maior vulnerabilidade”, sublinha.